HORÁRIO
ELEITORAL DA BARATA
Candidato
diz que não tem rabo preso; “meu rabo é livre e está ao alcance de qualquer
eleitor”, anuncia o candidato
RÁDIO
BARATA NO AR – Edição nº 328
HORÁRIO
ELEITORAL DA BARATA
Candidato
diz que não tem rabo preso; “meu rabo é livre e está ao alcance de qualquer
eleitor”, anuncia o candidato
RÁDIO
BARATA NO AR – Edição nº 328
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – Podcast com Fábio Mozart
Episódio 70
https://www.radiodiariopb.com.br/mais-fatos-sobre-mim-podcast-com-fabio-mozart-episodio-70/
Barata
democrata defende direitos dos animais fedorentos e feios
Rádio
Barata no Ar – Edição nº 326
─ Ei, rapaz
– repreendeu minha insigne revisora – jerimum se escreve com J e não com G.
─ Opa,
desculpe nossa falha!
Essa
revisora é um modelo de honestidade intelectual. Seu culto à norma culta faz
com que benquerenças pessoais não interfiram nas suas verdades linguísticas.
Isso é fato. Errou, retifica.
É bom
esclarecer que a palavra jerimum vem carregada de preconceito latente. Eu quis
tomar uma providência, mudar a grafia do fruto da aboboreira, porque todo mundo
sabe que rola na região sudestina uma imagem repleta de intolerância, dando
conta de que todo nordestino é um guloso comedor de carne de charque, o famoso
jabá, com jerimum caboclo, de leite, moranga ou paulista. No Rio Grande do
Norte, o morador daquela gentil nação potiguar perde a linha quando é chamado
de “comedor de jerimum”.
O dito
“Papa-jerimum” veio do século dezenove. Conforme o folclorista potiguar Câmara
Cascudo, a expressão “papa-jerimum” nasceria na “desastrada administração de
Lopo Joaquim de Almeida Henriques, entre 1802 e 1806, quando foi exonerado da
capitania Rio Grande, e mandado retirar-se imediatamente pelo Capitão-General
de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro”. Diz a lenda que Lopo
Joaquim “mandou fazer roçados de jerimum pela tropa, e, na safra, ele carregava
a maior parte da produção das abóboras”. Ficou a alcunha. Em função da nossa
cabeça chata, os maliciosos irmãos do sul/sudeste também nos cognominam de
“cabeça de jerimum”. De modo que, por mim, alterava-se o termo “jerimum”,
passando a se escrever com G. Eles até poderiam continuar nos chamando de
“cabeça de jerimum”, com J, mas a galera dos “paraíbas” se vingaria,
intitulando-os de amarelos analfabetos.
Levada a
questão ao poeta e africanista Dalmo Oliveira, esse teórico das culturas do
terceiro mundo ensinou que a abóbora tem origem na América, onde foi
agricultada há cerca de nove mil anos pela civilização Olmeca, e seu cultivo
foi adotado pelas civilizações Maia, Asteca e Inca. No Brasil, o fruto da
aboboreira tem seu nome ligado aos silvícolas. Toda palavra que tem como
princípio a fala dos nossos índios se escreve com J. Ele foi peremptório: “seu
sonho é escrever jerimum com G? Escreva. No entanto, sua chance de alterar a
designação da fruta é igual à de uma aranha numa floresta em chamas, como diria
o poeta maldito Charles Bukowski, a menos que a floresta seja aquela idealizada
pelo Presidente: úmida, e, portanto, não inflamável. Mas, abra os olhos e
reconheça a poesia encravada na questão. Quem revolucionou a culinária à base
de jerimum? Foram nossos ancestrais africanos. Quem é o guardião da
comunicação? Exu! E o que doutrina Exu? Sendo a entidade que baixa,
personificado, nas diversas perspectivas do conhecimento e percepção, Exu bate
de frente com todo poder que quer controlar e regular os dizeres e expressões.
O orixá da comunicação é frontalmente contrário a uma ordem única. Se você quer
escrever jerimum com G, está liberado pelas divindades do Candomblé, porque
tudo é poesia”.
Caiu até no
Enem. A prova apresentou, em 2017, o seguinte poema de um menino de 12 anos,
morador do sítio Gerimum, na aba da serra da Borborema:
Este é o
meu lugar
Meu Gerimum
é com G
Você pode
estranhar
Eu não ligo
pra você
Gerimum
aqui se planta
Comemos
como purê
Nós só
somos esquisitos
Pra gente
que sabe ler
Oscilante
entre as diretrizes e a tradição, o professor defensor das regras e padrões
linguísticos assim pontificou: “De acordo com os dicionários, jerimum é grafado
com “j”. No entanto, o poema utiliza o termo “gerimum” com “g”, para afirmar a
relação do eu lírico com o seu lugar, que independentemente da forma que é
grafada, representa a afetividade com o local, sem se importar com a norma
culta, pois a intenção comunicativa é a mesma”.
Baratas especialistas em libertinagem explicam o que significa “tchutchuca do Centrão”
RÁDIO BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 325
50 fatos sobre mim
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – EPISÓDIO 70
Pessoal, escrevi um folheto sobre o “viagra” natural da banana mágica de Bananeiras. A capa é de Sérgio Ricardo Piaba. Antes de ser lançado, este folheto teve declamação do arte educador Flávio Alves, de Jaboatão dos Guararapes, em sua página do Youtube. Se quiser conferir o cordel, está no Recanto das Letras: https://www.recantodasletras.com.br/cordel/7579933
Cão Canjiquinha dá entrevista e vaza lista de quem vai para o inferno
RÁDIO BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 323
Acabei de ler o livro “O Conversador”, de Sandoval Caju, paraibano filho de Bonito de Santa Fé, onde veio ao mundo em 16 de novembro de 1923. Voltou ao pó primordial no dia 23 de maio de 1994, aos 70 anos, sacrificado pela senilidade e pelos cigarros Continental sem filtro, aniquilado por câncer de pulmão. Sandoval foi adepto da filosofia de Santo Isidoro de Sevilha: “Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã”. O livro que li, do acervo de minha biblioteca particular, tem dedicatória do autor para a esposa do seu padrinho de crisma, o que torna esse exemplar inestimável e de grande valor histórico.
Sandoval Caju saiu da Paraíba e foi tentar a sorte no Rio
de Janeiro, antiga Capital Federal, onde seu variado talento não foi
reconhecido. Voltou a João Pessoa e mandou rodar um cartão de visitas:
“Sandoval Caju, locutor da Rádio Relógio do Distrito Federal”. Com essa
credencial, apresentou-se na Rádio Tabajara da Paraíba e arranjou vaga de
locutor. Ninguém percebeu a pilhéria de Caju, porque na realidade a Rádio
Relógio só informava a hora, apenas a hora certa, durante 24 horas. Não havia
locutor na Rádio Relógio. Com essa vivacidade e imaginação, Caju se tornou um
dos maiores radialistas do Nordeste. Ele conta que, vivendo em Maceió, Alagoas,
arranjou licença de três meses para tratamento de saúde. Foi visitar sua querida
Paraíba, onde muita gente conhecia seu trabalho pelas ondas hertzianas da Rádio
Difusora de Alagoas. Aceitou o convite de Carmelo dos Santos Coelho, Diretor
Geral da Rádio Tabajara, à época, para assumir a função de Locutor Chefe da
emissora oficial do Estado. “Minha temporada tabajarina foi inesquecível, pelo
excelente relacionamento que mantive com os companheiros naquela estação de
rádio paraibana e as boas amizades que fiz no seio das mulheres ouvintes do
programa “Página poética” e a conexão com as pessoas do povo no meu programa
bacurau “Papo noturno”, confessa Caju em seu livro. Não sei o que ele quis
dizer com essa gabolice de que fez sucesso no seio das mulheres, dado seu jeito
irreverente, espirituoso e
repentista de ser. O fato é que Sandoval Caju fez muito sucesso em João Pessoa
e Maceió, principalmente nos programas de auditório. Na Difusora de Alagoas,
ele comandava o programa “Palito de fósforo”, o espetáculo mais incendiário do
rádio naquela época.
Na Rádio Tabajara, ele também apresentava o
programa “Quartel General do Rádio”. O
jornalista Pedro Macedo testemunhou: “Como locutor e animador de
auditório, gozando de grande prestígio popular,
aproveitou os espaços que os seus programas ofereciam e fez vitoriosa carreira política”. Durante a campanha, ia para as praças
todo vestido de branco e, de cima de um caminhão, começava
seus discursos com a seguinte frase:
– “Vim de branco para ser claro!”
E tanto foi de branco e tanto foi claro que acabou
ganhando as eleições e se elegendo prefeito de Maceió, nas eleições de 03 de
outubro de 1960. Com o golpe
civil-militar de abril de 1964. Sandoval Caju foi cassado e deixou a
Prefeitura no dia 08 de abril daquele ano. Seus direitos políticos somente
forma restabelecidos em janeiro de 1979.
Ainda conforme Pedro Macedo, em entrevista para
o Diário de Pernambuco de 21 de fevereiro de 1978,
Sandoval contou que nos dois anos imediatamente após a cassação passou por “muitas necessidades”: “E o pior que não podia exercer a
minha única profissão, a de advogado, por consequência revolucionária. Alguns
débitos contraídos por mim foram pagos pelo meu pai, que veio da Paraíba”.
Sandoval Caju jamais se considerou locutor de rádio
profissional. No livro, ele confessa que já estava “cheio” de fazer o papel de
“artista” que “não era, não fui e nem sou”. Enjoado de “fazer rádio”, Sandoval
demitiu-se da Tabajara em 1951. Foi para Maceió batalhar outro meio de vida e
acabou voltando aos microfones. É como eu digo: radialismo é paixão, é cachaça,
é doença da qual ninguém se reabilita. Hoje em dia, quando eu sento na bancada
desta mesma Rádio Tabajara para fazer nosso programa sabatino “Alô comunidade”,
me vejo nessa condição de amador, dividindo minhas ideias com os ouvintes sem
necessariamente ser profissional do microfone. Amador, no dicionário: aquele
que ama o que faz, entusiasta de sua atividade, sem interesse monetário.
Confissões de pai alcoolista
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – Episódio 69
O professor-barra-poeta Bento Júnior teve seu nome na cordelteca da Escola Almirante Barroso, em João Pessoa. Os amigos da Academia de Cordel do Vale do Paraíba adoram ter esse camarada entre nós, um misto de palhaço, poeta, saltimbanco e mestre das artes cênicas, eterno “João Grilo” da peça “O auto da Compadecida”, autoria do seu guru, Ariano Suassuna. Por isso estivemos na festa de inauguração da cordelteca da escola. Mestre Bento Júnior compareceu com seu chapéu de Charles Chaplin e os trejeitos ridículos do mais autêntico e terno clown nordestino e seu “cordel brasileiro”, borbulhante de pensamentos gracejantes nos seus folhetos anárquicos, abraçando apertado cada amigo, cada aluno, um por um dos colegas professores e professoras.
Bem-vindos os que vêm em nome da alegria e da poesia inocente dos cordelistas! Na minha fala de saudação ao colega Bento, eu disse que, ao ser empossado como vereador na capital da Paraíba, meu primeiro ato será propor a criação do Dia Municipal de se Viver, se Comportar, se Relacionar e ser Gente como Bento Júnior. Tão estapafúrdia como essa pretensão de ser vereador é a proposição de tal dia. No entanto, a ideia segue a lógica bentista, isto é, do próprio Bento Júnior, cuja enorme autoestima contagia quem estiver por perto e ninguém fica livre dos seus tentáculos de amizade e cordialidade. É um sujeito do bem, de bem com a vida e bem safadinho. Sua risada, às vezes dissimulada, outras avacalhada, ponteia sua presença na vida real e nas atuações como poeta declamador, âncora de programa de rádio, ator e comediante em podcast de humor nas plataformas da globosfera.
Meu compadre Bentinho, sou muito grato por você despertar os jovens das escolas onde ensina para a linguagem do cordel. É incrivelmente agradável a sensação de ver meninas e meninos largarem seus tablets e celulares para ler e compor poesia popular. Então, eu e as confreiras e confrades da Academia de Cordel do Vale do Paraíba concordamos que algo deveria ser feito para você se orgulhar pela sua vida dedicada às artes da palavra, dos gestos e da amizade. Sim, porque a pessoa ter seu nome em uma biblioteca, mesmo antes de subir para o andar de cima, não é pra qualquer comedor de farinha. Na ocasião, foi dada a palavra a um poeta dado ao uso de palavras compridas, prontamente interrompido pelo próprio homenageado: “isso é um discurso ou é a Voz do Brasil?” É assim esse Bento, inimigo delicioso das formalidades e protocolos, sempre de bem com a vida corrida sem salamaleques e babujados, como se diz nas suas quebradas.
Temos então em João Pessoa, capital da Paraíba, a primeira cordelteca homenageando um poeta vivo e guerrilheiro contra vidas pedantes. Tem muito poeta chocantemente ruim que ficará em estado de choque porque Bento Júnior foi afortunado, ao ter seu nome ligado a uma cordelteca. Um deles, de forma sarcástica, chegou a insinuar que Bento Júnior só foi escolhido para a homenagem na escola porque a eleição se deu em urna eletrônica. Se rolasse voto impresso, o resultado seria outro. O que é mais uma vantagem para a glorificação do poeta Bentinho, aquele que acredita na ciência e na tecnologia e rejeita pensares retrógrados de palhaços sem graça.
Eu, de minha parte, também levemente contagiado pelo vírus da inveja, lavrarei um folheto cujo título será “Bento Júnior, o poeta motivacional no país do Bananal”, onde se descreve com rigor científico a influência da poesia de chacota para o combate sistemático e sub-reptício da burrice, preconceito, má índole e prevaricação da nação bananeira. Quando você se sentir muito pra baixo, desacreditado na salvação de nosso caráter de gente boa, leia um folheto de Bento Júnior e relaxe! E quando quiser ver de perto a cordelteca que leva o nome do poeta, visite a Escola Almirante Barroso, na Rua Enedino Jorge de Andrade, 372, em Cruz das Armas, João Pessoa/PB. Lá também tem cordéis de Fábio Mozart e outros escrevinhadores da Academia. Recomendando que você entre para o time dos felizes, lépidos e fagueiros amigos de Bentinho. Se não conseguir uma vaga, há algo de muito errado com você.
Barata mata a bola na caixa torácica e
distribui vomitada a torto e a direito
RÁDIO BARATA NO AR – EDIÇÃO 321
Pensamentos de um urubu inconformado
Podcast com Fábio Mozart
Galera
da Barata recebe Goreth Ferraz no covil do inseto
Rádio Barata no Ar – Edição nº 320
BARATA PATRIOTA E IDIOTA ESCOLHE O CHINELO E VOTA
Rádio Barata no Ar – Edição nº 319