sexta-feira, 30 de setembro de 2022

terça-feira, 27 de setembro de 2022

RÁDIO BARATA 335

 


Rádio Barata apresenta a última pesquisa eleitoral e intoxica a eleição

RÁDIO BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 335

https://www.radiodiariopb.com.br/radio-barata-apresenta-a-ultima-pesquisa-eleitoral-e-intoxica-a-eleicao-programa-radio-barata-no-ar-edicao-no-335-2/?fbclid=IwAR0KkGCryNg1hKWDqz_N_ubp_NMkzUfm2WnMdXb76hRkmGvZ00WgH8PG44E

CARTA COMPROMISSO DE FÁBIO MOZART

 


Meu signo é o de desapego. Não vim ao mundo para pretender o controle e a autoridade sobre o que quer que seja. Tenho cabeça de libertário. Por conta dessas posições, já fui considerado um elemento que fica por trás dos bastidores, manipulando os outros. Não me vejo assim. Durante minha trajetória de vida na cena cultural, fundei associações de bairro, rádios comunitárias, clubes de futebol, academias de literatura, partidos políticos, jornais, grupos de teatro e ligas de futebol, sem que tivesse ambição de ser mandatário dessas instituições. Abro mão dessas posições em nome da unidade e por desejar sempre ver crescer novas lideranças.

Fundei a Academia de Cordel do Vale do Paraíba em 2015. Passaram-se quatro gestões da entidade sem que eu sentisse a necessidade do comando. Neste ano de 2022, quando a Academia de Cordel começa a preparar a sucessão do confrade Marconi Araújo, apresento meu nome para Presidente com estes compromissos básicos:

01)  Buscar a produção do cordel com qualidade para fortalecer o gênero;

 

02)  valorizar em todos os aspectos do trabalho dos confrades e confreiras;

 

03)  buscar espaços públicos adequados à exposição e desenvolvimento de nossas atividades, com oficinas de cordel e xilo, em exposição permanente dos xilogravuristas;

 

04)  ampliar a quantidade de grupos articulados, através de fóruns e redes de debates para possibilitar maior intercomunicação e realizar plenárias no maior número de cidades;

 

05)  selecionar no mínimo três membros da Academia para ser foco de homenagem mensalmente, incluindo publicação de cordéis desses artistas, com custeio por parte da ACVPB;

 

06)  fortalecer os núcleos de Comunicação, Editoração, Evento e Relações Públicas;

 

07)  realizar reuniões abertas quinzenalmente;

 

08)  dar oportunidade para que todos e todas possam reverberar suas potencialidades artísticas nas diversas ações da entidade, incluindo realização de oficinas como, por exemplo, de rabeca, com o rabequeiro Pádua El Gorrion;

 

09)  organizar cursos, oficinas de capacitação técnica para elaboração e gestão de projetos culturais e participar de editais de incentivo à cultura;

 

10)  manter os termos de parceria com as instituições que trabalham atualmente com a Academia de Cordel do Vale do Paraíba;

 

11)  dar apoio na produção literária ligada ao cordel, com a criação de prêmios literários com editais próprios que contemplem suas diversas linguagens;

 

12)  incrementar o Prêmio Violeta Formiga para, com este troféu, reconhecer e homenagear as mulheres que tenham trabalho voltado para a cidadania e pela defesa dos ditames da democracia e dos direitos humanos na Paraíba;

 

13) incentivar a montagem de espetáculo poético teatral.

 

PROPOSTA DE CHAPA

PRESIDENTE – Fábio Mozart

SECRETÁRIA – Claudete Gomes

DIRETOR DE FINANÇAS – Bento Júnior

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS – Sander Brown, Raniery Abrantes e Jota Lima

NÚCLEO DE EVENTOS – Tiago Monteiro, Aninha Venâncio e Rubem do Valle

NÚCLEO EDITORIAL – Marconi Araújo, Kydelmir Dantas e Thiago Alves

CONSELHO FISCAL – Cristine Nobre, Juliana Soares e Vicente Campos

 

OBS: Os nomes inclusos não foram, em sua maioria, consultados. Apenas estão citados como colegas que poderiam compor o grupo gestor, porque acredito pessoalmente em suas potencialidades, assim como os demais sócios e sócias da Academia, membros efetivos ou correspondentes. Aguardamos manifestações do coletivo.  

O CORDEL AINDA PULSA

 


Flávio Petrônio, li seu cordel “O homem que matou a morte”, onde você garante que não se trata de folheto, se bem que utiliza elementos presentes na estrutura da Literatura de Cordel, como faz questão de explicar na contracapa. O livro saiu pelo selo “Latus”, da Universidade Estadual da Paraíba. Para mim é cordel, porque nas suas dezenas de estrofes em septilhas, sextilhas ou redondilha maior, estão presentes os requisitos desse gênero: rima, métrica e oração.

O cordel tem mergulhado desde sempre no tema da morte, que Ariano Suassuna chamava de “Onça Caetana”. Já nas Sagradas Escrituras o cordel falava na luta do homem mortal contra a Onça Caetana: “Cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. Então, invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, livra a minha alma da morte eterna!” (Salmo 116: 3-7) Este salmo é atribuído ao rei Davi, um dos precursores do cordel, autor da “Peleja de Davi contra o gigante Golias”. O rei Davi era um homem muito sábio. Ele costumava afirmar que há três coisas na vida que o homem jamais deve perder: a paciência, a alegria e a própria vida propriamente dito. Ao contrário do que essa sentença basbaque possa sugerir, o pensamento se transfigura em um profundo mergulho no inconsciente coletivo das massas semimortas.

Mas, deixemos de variedade e voltemos ao cordel de Flávio Petrônio. A obra em questão ameaça destronar a compilação de Beto Brito, queixoso de que criou o maior cordel do mundo ao dar à luz “Bazófias de um cantador pai d’égua”. Na verdade, conforme os historiadores, o maior cordel do mundo foi escrito por um tal Camões sob o título “Os Lusíadas”, que tem cerca de 1.200 caracteres, um pouquinho maior do que as Bazófias de Beto. Não cheguei a contar o número de estrofes d”O homem que matou a morte” desse meu conterrâneo Flávio Petrônio, pernambucano de Itapetim, mas tenho a impressão de que ganha de Beto e do velho Camões, popularmente conhecido por Lula Caolho. O cordel de Flávio começa assim:

Vou contar uma história

Dessas que intrigam a gente,

Ela me aconteceu

Nos corredores da mente

De sonho e realidade

Vou relatar a verdade

Que me ficou permanente.

 

Parecia que o sonho

Era o meu sonho real

Vivendo sempre comigo

Desde o tempo inicial

Mostrando que a existência

Pode ser interferência

De algo sobrenatural.

Seguem dezenas de estrofes narrando as aventuras de Severino, morte a dentro e vida afora. Eu reputo grandioso o relato, tanto na forma quanto na essência conteudística. Consta, inclusive, que um tal Milan Kundera, autor de um livro por nome “A imortalidade”, onde trata da típica busca humana pela vida eterna, foi influenciado pelo cordel de Flávio Petrônio.

Não pretendo nem tenho espaço aqui para analisar com profundidade a impressão que me deixou o cordel gigante do cabra de Itapetim. Encerro, portanto, constatando que não há lugar para o cordel no mercado editorial, e só uma editora universitária, com foco apenas na relevância da obra, tem isenção para publicar cordel, produto quase invisível, porque não existe nas pesquisas do mundo editorial e nos índices nacionais de leitura pelo simples e absurdo motivo de que não tem ISBN e nem reputação para constar nas prateleiras das livrarias. No entanto, o pulso ainda pulsa. Registrando que a professora e folclorista Jandira Lucena está lançado o livro “Cordéis antológicos de Fábio Mozart”, contando e recontando “a história do povo da Paraíba, onde o autor dos folhetos da antologia se radicou desde criança”. Conforme Jandira, “esta coletânea se mostra relevante para a preservação deste gênero nordestino, pela excelência dos conteúdos e, em diversos aspectos, por representar o contexto histórico das comunidades por onde viveu Fábio Mozart e seu processo criativo”.

 

 

 

domingo, 25 de setembro de 2022

sábado, 24 de setembro de 2022

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

CARTA-CORDEL DO MEU CANDIDATO

 


Seu nome é Dalmo Oliveira

Natural de Guarabira

Sendo pai de cinco filhos

E filho de Dalvanira

A sua história de vida

Contarei na minha lira

 

É um cara que respira

Notícia e interlocução

Se formou na Faculdade

E da comunicação

Virou mestre e analista

É a sua profissão.

 

Luta pela promoção

Da igualdade racial

Denunciado o racismo

Como uma forma brutal

De separar nosso povo

Mantendo o negro em curral

 

Porque se tornou normal

A hierarquia entre raças

Esse e outros absurdos

Tem afrontado nas praças

Pelo fim da exclusão

Tirar de nós as mordaças

 

Para atingir as massas

Escrevi este folheto

Onde eu vos apresento

Esse camarada preto

Que tem orgulho da origem

E não concorda com o gueto

 

“Se for eleito, prometo

Propor leis principalmente

Dando maior atenção

Ao povo que é padecente

De Doença Falciforme

Mal que dá muito na gente

 

Que é afrodescendente

A doença hereditária

Eu carrego de nascença

Essa tortura diária

Fere o indivíduo negro

De qualquer faixa etária

 

Toda ideia autoritária

Será por mim combatida

Sendo comunicador

Dediquei a minha vida

À causa da liberdade

Não poucas vezes traída

 

Encontrar uma saída

Para a sobrevivência

Das rádios comunitárias

Enfrentar essa carência

Elaborando projetos

Que nos dê mais resistência

 

Aumentar sua potência

Com ajuda do Estado

Governo financiando

A rádio no povoado

Na vila e zona rural

Do povo fragilizado

 

O povaréu equipado

Controlando a emissora

Com microfone e corneta

Sem alta-roda tutora

Garantirá seus direitos

Contra a elite agressora

 

Sociedade impostora

Cheia de hipocrisia

Vê a fome nos matando

Subnutrição amplia

A miséria brasileira

Sob o olhar da burguesia

 

Essa testemunha fria

Da miséria brasileira

Jamais lutará por nós

Nem sustentará bandeira

De justiça e pão na mesa

Por não ser nossa parceira

 

Que você queira ou não queira

Quem pode nos defender

No Congresso Nacional

É um igual a você

Rico tem suas demandas

Elas vão prevalecer

 

Por isso vou promover

Segurança alimentar

Fortalecendo o controle

Para o governo ampliar

Projetos de agricultura

Na esfera familiar

 

Precisamos ofertar

Linhas de crédito e assistência

Em um volume maior

Combatendo essa carência

Para a nossa agricultura

Aumentar sua potência

 

Defenderei com urgência

O nosso meio ambiente

Lavoura orgânica tem

Uma importância crescente

Pretendo consolidar

E apoiar fortemente

 

A legislação vigente

Amazônia e Pantanal

O bioma da Caatinga

Será o nosso ideal

Todo esse ecossistema

Sob ataque brutal

 

Combateremos o mal

Dos incêndios criminosos

E do garimpo ilegal

Os atos que são dolosos

Às normais ambientais

Pesticidas venenosos

 

Com princípios rigorosos

Tendo à frente o civismo

Defendo a ecologia

E o apoio ao turismo

Mas com ética ambiental

Respeitando o ambientalismo

 

É o “ecossocialismo”

Que inclui no cabedal

Ações para promover

O bem-estar animal

Que a defesa dos bichos

É um princípio moral

 

Ressalto ainda, afinal

Na minha candidatura

Um eixo norteador

Que meu projeto costura

Promover a educação,

A ciência e a cultura

 

Falo de fonte segura

Sou servidor da Embrapa

Cujo tecnologia

Já nos colocou no mapa

Das grandes inovações

Acarretando uma etapa

 

De progresso e de pesquisa

Com a agropecuária

Gerando conhecimento

Na sua ação lendária

Transformando a agricultura

Em riqueza fundiária

 

A cartilha doutrinária

Que trago nesta brochura

Ainda apresenta a fé

Que eu tenho na cultura

Sou poeta de cordel

E conheço a conjuntura

 

Falando de agricultura

Quero plantar a semente

De uma boa educação

Para toda nossa gente

Serei, como deputado

Um ardoroso agente

 

E defensor da cultura

Pois sei bem da importância

Do ensino e instrução

Desde a mais tenra infância

Pra o povo não padecer

Do distúrbio ignorância

 

Foi tomado dessa ânsia

Que lutei e ainda luto

Pelo estudo e instrução

Condições que eu reputo

Como coisa essencial

Para um povo livre e arguto

 

O meu partido é enxuto

Tão livre quanto uma Rede

Que balança solta, ao vento

No embalo da parede

Centro-esquerda é o seu norte

Sem extremo que lhe emparede

 

Vamos matar nossa sede

Na Sustentabilidade

Procurando o equilíbrio

Em nossa sociedade

Nosso Presidente é Lula

Pois estamos com saudade

 

Do tempo da amizade

Pão na mesa e bucho cheio

Sem perigo de um golpe

E militares com freio

Gentileza e harmonia

Por isso esse nosso anseio

 

Nesse folheto eu hasteio

A bandeira da esperança

De um país mais fraterno

Que mantemos na lembrança

Quando Lula governava

Trazendo mais confiança”.

 

Eis então Carta-proposta

Do nosso Dalmo Oliveira

Um representante nato

Dessa raça brasileira

Pessoa de bom caráter

Que honra sua bandeira

 

Fábio Mozart