Barata
esotérica revela o que vai rolar na eleição
RÁDIO
BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 336
Barata
esotérica revela o que vai rolar na eleição
RÁDIO
BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 336
Rádio Barata apresenta a última pesquisa eleitoral e
intoxica a eleição
RÁDIO BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 335
Meu signo é o de
desapego. Não vim ao mundo para pretender o controle e a autoridade sobre o que
quer que seja. Tenho cabeça de libertário. Por conta dessas posições, já fui
considerado um elemento que fica por trás dos bastidores, manipulando os
outros. Não me vejo assim. Durante minha trajetória de vida na cena cultural,
fundei associações de bairro, rádios comunitárias, clubes de futebol, academias
de literatura, partidos políticos, jornais, grupos de teatro e ligas de
futebol, sem que tivesse ambição de ser mandatário dessas instituições. Abro
mão dessas posições em nome da unidade e por desejar sempre ver crescer novas lideranças.
Fundei a Academia
de Cordel do Vale do Paraíba em 2015. Passaram-se quatro gestões da entidade
sem que eu sentisse a necessidade do comando. Neste ano de 2022, quando a
Academia de Cordel começa a preparar a sucessão do confrade Marconi Araújo,
apresento meu nome para Presidente com estes compromissos básicos:
01) Buscar a produção do cordel com qualidade
para fortalecer
o gênero;
02) valorizar em todos os aspectos do trabalho dos
confrades e confreiras;
03) buscar espaços públicos adequados à exposição
e desenvolvimento de nossas atividades, com oficinas de cordel e xilo, em
exposição permanente dos xilogravuristas;
04) ampliar a quantidade de grupos articulados,
através de fóruns e redes de debates para possibilitar maior intercomunicação e
realizar plenárias no maior número de cidades;
05) selecionar no mínimo três membros
da Academia para ser foco de homenagem mensalmente, incluindo publicação de cordéis
desses artistas, com custeio por parte da ACVPB;
06) fortalecer os núcleos de Comunicação,
Editoração, Evento e Relações Públicas;
07) realizar reuniões abertas
quinzenalmente;
08) dar oportunidade para que todos e todas
possam reverberar suas potencialidades artísticas nas diversas ações da
entidade, incluindo realização de oficinas como, por exemplo, de rabeca, com o
rabequeiro Pádua El Gorrion;
09) organizar cursos, oficinas de capacitação técnica para
elaboração e gestão de projetos culturais e participar de editais de incentivo
à cultura;
10) manter os termos de parceria com
as instituições que trabalham atualmente com a Academia de Cordel do Vale do
Paraíba;
11) dar apoio na produção literária
ligada ao cordel, com a criação de prêmios literários com editais próprios que
contemplem suas diversas linguagens;
12) incrementar o Prêmio Violeta Formiga para, com
este troféu, reconhecer e homenagear as mulheres que tenham trabalho voltado para a cidadania e pela defesa dos ditames
da democracia e dos direitos humanos na Paraíba;
13) incentivar a montagem de
espetáculo poético teatral.
PROPOSTA
DE CHAPA
PRESIDENTE –
Fábio Mozart
SECRETÁRIA –
Claudete Gomes
DIRETOR DE
FINANÇAS – Bento Júnior
NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO
E RELAÇÕES PÚBLICAS – Sander Brown, Raniery Abrantes e Jota Lima
NÚCLEO DE
EVENTOS – Tiago Monteiro, Aninha Venâncio e Rubem do Valle
NÚCLEO EDITORIAL
– Marconi Araújo, Kydelmir Dantas e Thiago Alves
CONSELHO FISCAL –
Cristine Nobre, Juliana Soares e Vicente Campos
OBS:
Os nomes inclusos não foram, em sua maioria, consultados. Apenas estão citados
como colegas que poderiam compor o grupo gestor, porque acredito pessoalmente em
suas potencialidades, assim como os demais sócios e sócias da Academia, membros
efetivos ou correspondentes. Aguardamos manifestações do coletivo.
Flávio Petrônio, li seu cordel “O homem que matou a morte”, onde você garante que não se trata de folheto, se bem que utiliza elementos presentes na estrutura da Literatura de Cordel, como faz questão de explicar na contracapa. O livro saiu pelo selo “Latus”, da Universidade Estadual da Paraíba. Para mim é cordel, porque nas suas dezenas de estrofes em septilhas, sextilhas ou redondilha maior, estão presentes os requisitos desse gênero: rima, métrica e oração.
O cordel tem mergulhado desde sempre no tema da morte, que Ariano Suassuna chamava de “Onça Caetana”. Já nas Sagradas Escrituras o cordel falava na luta do homem mortal contra a Onça Caetana: “Cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. Então, invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, livra a minha alma da morte eterna!” (Salmo 116: 3-7) Este salmo é atribuído ao rei Davi, um dos precursores do cordel, autor da “Peleja de Davi contra o gigante Golias”. O rei Davi era um homem muito sábio. Ele costumava afirmar que há três coisas na vida que o homem jamais deve perder: a paciência, a alegria e a própria vida propriamente dito. Ao contrário do que essa sentença basbaque possa sugerir, o pensamento se transfigura em um profundo mergulho no inconsciente coletivo das massas semimortas.
Mas, deixemos de variedade e voltemos ao cordel de Flávio Petrônio. A obra em questão ameaça destronar a compilação de Beto Brito, queixoso de que criou o maior cordel do mundo ao dar à luz “Bazófias de um cantador pai d’égua”. Na verdade, conforme os historiadores, o maior cordel do mundo foi escrito por um tal Camões sob o título “Os Lusíadas”, que tem cerca de 1.200 caracteres, um pouquinho maior do que as Bazófias de Beto. Não cheguei a contar o número de estrofes d”O homem que matou a morte” desse meu conterrâneo Flávio Petrônio, pernambucano de Itapetim, mas tenho a impressão de que ganha de Beto e do velho Camões, popularmente conhecido por Lula Caolho. O cordel de Flávio começa assim:
Vou contar uma história
Dessas que intrigam a gente,
Ela me aconteceu
Nos corredores da mente
De sonho e realidade
Vou relatar a verdade
Que me ficou permanente.
Parecia que o sonho
Era o meu sonho real
Vivendo sempre comigo
Desde o tempo inicial
Mostrando que a existência
Pode ser interferência
De algo sobrenatural.
Seguem dezenas de estrofes narrando as aventuras de Severino, morte a dentro e vida afora. Eu reputo grandioso o relato, tanto na forma quanto na essência conteudística. Consta, inclusive, que um tal Milan Kundera, autor de um livro por nome “A imortalidade”, onde trata da típica busca humana pela vida eterna, foi influenciado pelo cordel de Flávio Petrônio.
Não pretendo nem
tenho espaço aqui para analisar com profundidade a impressão que me deixou o
cordel gigante do cabra de Itapetim. Encerro, portanto, constatando que não há
lugar para o cordel no mercado editorial, e só uma editora universitária, com
foco apenas na relevância da obra, tem isenção para publicar cordel, produto
quase invisível, porque não existe nas pesquisas do mundo editorial e nos
índices nacionais de leitura pelo simples e absurdo motivo de que não tem ISBN
e nem reputação para constar nas prateleiras das livrarias. No entanto, o pulso
ainda pulsa. Registrando que a professora e folclorista Jandira Lucena está
lançado o livro “Cordéis antológicos de Fábio Mozart”, contando e recontando “a
história do povo da Paraíba, onde o autor dos folhetos da antologia se radicou
desde criança”. Conforme Jandira, “esta coletânea se mostra relevante para a
preservação deste gênero nordestino, pela excelência dos conteúdos e, em
diversos aspectos, por representar o contexto histórico das comunidades por
onde viveu Fábio Mozart e seu processo criativo”.
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO
Continuam as confissões íntimas – Episódio 75
Chegou a primavera de praga e
calamidade na Rádio Barata
RÁDIO BARATA NO AR – EDIÇÃO Nº 334
Seu nome é Dalmo Oliveira
Natural de Guarabira
Sendo pai de cinco filhos
E filho de Dalvanira
A sua história de vida
Contarei na minha lira
É um cara que respira
Notícia e interlocução
Se formou na Faculdade
E da comunicação
Virou mestre e analista
É a sua profissão.
Luta pela promoção
Da igualdade racial
Denunciado o racismo
Como uma forma brutal
De separar nosso povo
Mantendo o negro em curral
Porque se tornou normal
A hierarquia entre raças
Esse e outros absurdos
Tem afrontado nas praças
Pelo fim da exclusão
Tirar de nós as mordaças
Para atingir as massas
Escrevi este folheto
Onde eu vos apresento
Esse camarada preto
Que tem orgulho da origem
E não concorda com o gueto
“Se for eleito, prometo
Propor leis principalmente
Dando maior atenção
Ao povo que é padecente
De Doença Falciforme
Mal que dá muito na gente
Que é afrodescendente
A doença hereditária
Eu carrego de nascença
Essa tortura diária
Fere o indivíduo negro
De qualquer faixa etária
Toda ideia autoritária
Será por mim combatida
Sendo comunicador
Dediquei a minha vida
À causa da liberdade
Não poucas vezes traída
Encontrar uma saída
Para a sobrevivência
Das rádios comunitárias
Enfrentar essa carência
Elaborando projetos
Que nos dê mais resistência
Aumentar sua potência
Com ajuda do Estado
Governo financiando
A rádio no povoado
Na vila e zona rural
Do povo fragilizado
O povaréu equipado
Controlando a emissora
Com microfone e corneta
Sem alta-roda tutora
Garantirá seus direitos
Contra a elite agressora
Sociedade impostora
Cheia de hipocrisia
Vê a fome nos matando
Subnutrição amplia
A miséria brasileira
Sob o olhar da burguesia
Essa testemunha fria
Da miséria brasileira
Jamais lutará por nós
Nem sustentará bandeira
De justiça e pão na mesa
Por não ser nossa parceira
Que você queira ou não queira
Quem pode nos defender
No Congresso Nacional
É um igual a você
Rico tem suas demandas
Elas vão prevalecer
Por isso vou promover
Segurança alimentar
Fortalecendo o controle
Para o governo ampliar
Projetos de agricultura
Na esfera familiar
Precisamos ofertar
Linhas de crédito e assistência
Em um volume maior
Combatendo essa carência
Para a nossa agricultura
Aumentar sua potência
Defenderei com urgência
O nosso meio ambiente
Lavoura orgânica tem
Uma importância crescente
Pretendo consolidar
E apoiar fortemente
A legislação vigente
Amazônia e Pantanal
O bioma da Caatinga
Será o nosso ideal
Todo esse ecossistema
Sob ataque brutal
Combateremos o mal
Dos incêndios criminosos
E do garimpo ilegal
Os atos que são dolosos
Às normais ambientais
Pesticidas venenosos
Com princípios rigorosos
Tendo à frente o civismo
Defendo a ecologia
E o apoio ao turismo
Mas com ética ambiental
Respeitando o ambientalismo
É o “ecossocialismo”
Que inclui no cabedal
Ações para promover
O bem-estar animal
Que a defesa dos bichos
É um princípio moral
Ressalto ainda, afinal
Na minha candidatura
Um eixo norteador
Que meu projeto costura
Promover a educação,
A ciência e a cultura
Falo de fonte segura
Sou servidor da Embrapa
Cujo tecnologia
Já nos colocou no mapa
Das grandes inovações
Acarretando uma etapa
De progresso e de pesquisa
Com a agropecuária
Gerando conhecimento
Na sua ação lendária
Transformando a agricultura
Em riqueza fundiária
A cartilha doutrinária
Que trago nesta brochura
Ainda apresenta a fé
Que eu tenho na cultura
Sou poeta de cordel
E conheço a conjuntura
Falando de agricultura
Quero plantar a semente
De uma boa educação
Para toda nossa gente
Serei, como deputado
Um ardoroso agente
E defensor da cultura
Pois sei bem da importância
Do ensino e instrução
Desde a mais tenra infância
Pra o povo não padecer
Do distúrbio ignorância
Foi tomado dessa ânsia
Que lutei e ainda luto
Pelo estudo e instrução
Condições que eu reputo
Como coisa essencial
Para um povo livre e arguto
O meu partido é enxuto
Tão livre quanto uma Rede
Que balança solta, ao vento
No embalo da parede
Centro-esquerda é o seu norte
Sem extremo que lhe emparede
Vamos matar nossa sede
Na Sustentabilidade
Procurando o equilíbrio
Em nossa sociedade
Nosso Presidente é Lula
Pois estamos com saudade
Do tempo da amizade
Pão na mesa e bucho cheio
Sem perigo de um golpe
E militares com freio
Gentileza e harmonia
Por isso esse nosso anseio
Nesse folheto eu hasteio
A bandeira da esperança
De um país mais fraterno
Que mantemos na lembrança
Quando Lula governava
Trazendo mais confiança”.
Eis então Carta-proposta
Do nosso Dalmo Oliveira
Um representante nato
Dessa raça brasileira
Pessoa de bom caráter
Que honra sua bandeira
Fábio Mozart