quinta-feira, 31 de março de 2011
ZÉ DA LUZ COMPLETA 107 ANOS DE NASCIMENTO
Meu livro viajou pro cariri nos braços de Alice
quarta-feira, 30 de março de 2011
31 de março, dia da Contra-Revolução
De como Madame Preciosa amarrou seu macho
A tia de Madame Preciosa, uma feiticeira por nome Nega Noca, ensinou mandingas pra segurar o tal do Sonsinho, que ultimamente andava tomando as rédeas, metido a independente. A simpatia da tia velha é eficaz, porque Sonsinho voltou à corda.
A velha conhece todo tipo de feitiço que serve para alisar o cabelo, branquear os dentes, feder menos, ter sorte no jogo e, principalmente, para amarrar o marido. As senhoras de idade são as verdadeiras detentoras do conhecimento da magia.
A receita: “Espere ficar de chico. Aí, basta coar o café com uma calcinha menstruada sua e dar para ele beber. Ele muda totalmente. Vira outro homem, apaixonado, fiel, cavalheiro, tudo o que a gente sempre quis! Agora sempre que Sonsinho fica meio estranho, eu já dou um cafezinho pra ele. Esse mês eu guardei um pouco de menstruação num vidrinho e estou colocando na cerveja dele escondido. Também tem a de passar bala, chocolate ou qualquer doce no sovaco antes de entregar pra ele. Os resultados são surpreendentes!”
“Hoje estou preparando um bife para o almoço usando meu “molho especial“, anunciou a Madame. Único problema é que agora está viciada em café menstruado.
Ameba: “nunca mais bebo café em casa de mulher feia”.
Você se considera uma pessoa elegante?
Digamos que eu não primo pela elegância. Em todos os sentidos. No aspecto estético, visto-me mal, não sei usar os talheres corretamente, desconheço as etiquetas, troco os pés pelas mãos, sou um tabacudo, enfim. E nos relacionamentos, sou uma pinóia mesmo. Mal educado, esqueço de agradecer um favor, passo dias sem mandar um alô aos amigos mais íntimos, desconsidero geral a obrigação de dizer obrigado diante de uma gentileza. Também porque sou um cara tímido feito rato de fava.
Conheço pessoas altamente requintadas, chiques, mas deselegantes até dizer basta. Falo da elegância do comportamento. Tem aquela madame rica, distinta, que só andava bem vestida e perfumada, com o nariz empinado. Ela usava um tom superior ao falar com os empregados. Mandou a cozinheira da escola onde ensinou voltar para a cozinha “que é o lugar dos serviçais”. Tem horror a negros, pedintes, pobres em geral. Adorava fofocar da vida alheia, sentia prazer em humilhar. Estudou em Paris, mandou a filha estudar nos Estados Unidos, tocava piano e recebia as amigas com chá, que é de bom tom. Conheci essa madame de perto. Ela me odiava. Suas jóias, seu sobrenome e seu nariz empinado nunca me impressionaram. Achava-a vulgar, deselegante, frívola, interesseira, maldosa e invejosa. Hoje, esclerosada, sofre o abandono da família, vê cair aos poucos todo seu mundo plantando em cima de valores falsos. Se eu fosse um cara elegante, perdoaria essa madame.
Por outro lado, conheço pessoas realmente elegantes. Notar que os elegantes autênticos são geralmente pobres, alguns iletrados. Tenho um amigo que é a elegância em pessoa. Daquela elegância natural, que não se ensina em escola nenhuma. O cara nasceu simpático, amável, atencioso e simples. Sorriso permanente na cara, esse cara é desses que te dá um presente só pelo prazer de presentear, nem precisa lance de aniversário. Tem a elegância de fazer favores e jamais fazer propaganda disso. Delicadeza de retribuir carinho e amizade, de sempre ter uma atitude gentil para com qualquer pessoa, mesmo que seja um idiota mal educado.
Você olha nos olhos quando conversa com alguém? Eu evito. Olhar o outro nos olhos é sinal de elegância, de respeito e cordialidade. Esse meu amigo é um sujeito elegante, apesar de não frequentar as altas rodas sociais nem ter uma vida requintada. A outra, a madame, é destituída de decoro, embora rica e educada nos melhores colégios.
Meu desiderato é me construir como uma pessoa melhor, ser menos arrogante, olhar o mundo com nobreza e liberalidade. Meu padrão é esse amigo que conheço desde a infância. Gostaria de começar absolvendo aquela mulher que quando passava por mim, cuspia de lado. Não quero ser melhor do que ela. Pelo menos, gostaria de não renovar o estoque dos foguetões que comprei para comemorar seu passamento. Macróbia, essa mulher parece ser eterna. Meus foguetões já perderam a validade e ela insiste em caminhar sobre a terra.
Um dia vou perdoá-la, mas facilitaria se ela fizesse ablativo de viagem.
terça-feira, 29 de março de 2011
MICROCONTOS
AMIGOS VIRTUAIS E SOLIDÃO
Com a licença do escritor Jãn Macedo, de Campina Grande, transcrevo umas ideias arretadas do jovem artista expostas no seu site “Sonhos literários” (www.sonhosliterarios.com). A primeira: “Tinha quase dois mil amigos adicionados em suas redes sociais. Apenas três se lembraram do aniversário de um ano de sua morte”. Frase que aguça o sentimento de solidão quando se pensa em amizades virtuais. O papo que nos encanta, os ajustes sexuais nas caladas das noites, as mensagens adocicadas ocultam a realidade: estamos sós diante do monitor. A guria de mente aberta, a coroa sensível e carente, o poeta amigo, as mil e uma comunidades, as fotos oblíquas resultam em abstrações, alheamentos do espírito.
Na sequência, Jãn Macedo pega desprevenida a velha lição da cartilha de alfabetização: “Vovô viu a uva”. Historiando: vovô uniu suas gametas com a vovó, que teve o bom senso de morrer na flor da melhor idade. Vovô continua por aqui, fingindo que não está vendo o fruto das suas gametas ignorando sua figura patética de velho decadente. Mas vovô tem momentos de euforia. Esquece a deterioração geral, sai do quarto e vai olhar as meninas na praia.
Na calmaria do fim de tarde, vovô vê as minas e seu velho instinto de vida mostra sinais de vida. Crepúsculo. Vovô abaixa o calção na última fronteira da decência. “Vovô não vê mais o ovo”.
Olá Fábio Mozart.
Muito interessante a sua leitura desses meus dois microcontos e suas reflexões relacionadas a eles. Foi uma surpresa muito boa numa segunda-feira bastante acelerada.
Saudações literárias,
Jãn Macedo
Uma mulher valente em defesa da infância abandonada
Eu, Débora Lins e o Dr. Romualdo Palhano
Situações de vulnerabilidade infantil encontram-se de metro em metro na cidade de Itabaiana, resultado da falta de apoio social, de justiça, de um mínimo de atenção aos necessitados, ausência de saúde, educação de qualidade e emprego. Contra essas calamidades luta um grupo de rapazes e moças do Conselho Tutelar. Sem um abrigo para as crianças, sem uma casa de apoio, apenas com a boa vontade e o coração, esse povo se vê sozinho quando, por exemplo, tem que encaminhar uma criança usuária de crack e moradora de rua.
Débora Lins, que trabalha no Conselho Tutelar, me disse que apelou até para o padre da Freguesia em busca de ajuda para os coitadinhos, vítimas do abandono e das drogas, sem encontrar guarida. Débora é uma batalhadora pelo bem coletivo. “A gente precisa tomar uma atitude”, diz ela, sem esmorecer diante dos problemas que são tantos. Nessa guerra contra a drogadição e violência, só encontram certo apoio na Promotoria Pública local. E a gestão municipal, o que anda fazendo em favor de nossas crianças e adolescentes? Débora é realista: “A gente sabe que cuidar de menino pobre não dá voto, por isso até o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente ignora nosso trabalho”, desabafou a conselheira.
Não existe clínica de recuperação. A situação corriqueira é o atendimento do Conselho Tutelar nos eventos de violência ou abandono explícito. Mas cadê o apoio e os projetos de recuperação de menores expostos à pobreza, com todos os seus direitos violados? “Não existe um olhar especial do poder público para as necessidades dessas crianças”, observa Débora Lins.
De minha parte, já reconheci o valor dessa destemida conselheira e indiquei seu nome para receber o Prêmio Leonilla Almeida no ano passado. Só me cabe denunciar, como cidadão, o fato de que o Conselho Tutelar não possa exercer suas funções porque o Poder Público não assume suas responsabilidades, impedindo que os conselheiros atendam às crianças, os adolescentes e suas famílias.
Para ser justo, devo dizer que o novo Secretário de Educação do Município, Fábio Rodrigues, recebeu muito bem o Conselho Tutelar, abriu as portas das escolas para a fiscalização da merenda e das condições físicas dos prédios, numa boa vontade até incompatível com o padrão normal dos agentes públicos nesse nível, na gestão da atual prefeita.
Débora Lins é um instrumento de transformação e uma lutadora pelos direitos humanos, com todas as credenciais para se envolver com as questões dos direitos infanto-juvenis. Ela estuda e pratica o que lê num livro infanto-juvenil diferente, que não contém histórias bonitas com finais felizes: o Estatuto da Criança e do Adolescente.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Velhinha é a vovozinha!
Também comemorei meus setenta anos. Foi o único aniversário que comemorei com amigos e bolo. Como não gostei de minha juventude, acho melhor minha idade agora.
Abraços.
Atiz.
Parabéns à sua amiga! Eu acho que existe muito preconceito contra os idosos, sim. Mas também penso que a atitude de uma pessoa em relação a si mesma acaba influenciando a atitude das demais. Se eu me vejo como uma pobre velhinha, é assim que eu serei tratada; mas se eu me imponho e mostro que sou lúcida e produtiva, como a sua amiga, é assim que serei vista.
Um abraço!
Ana Bailune
Ronaldo Morelli
O rapaz da foto, à esquerda, é meu compadre Ronaldo Morelli, fã do poeta declamador Jessier Quirino e mais novo agente propagador do meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”.
O Ronaldo foi ator de teatro amador quando jovem, sendo personagem do livro “O Teatro na terra de Zé da Luz”, do meu prezado doutor Romualdo Palhano. É um leitor isento. Mas não é imparcial, neutro. Ronaldo é isento de pagar pelo seu exemplar do meu livro, que é cortesia da casa aos bons amigos, personagens das croniquetas.
Sendo Ronaldo um notório amigo, vai estar no Ponto de Cultura no dia 30 de abril para o lançamento do livro de Arnaud Costa, “Confissões esparsas de um rábula”, convidado que já foi. Outro que recebeu a convocação e garantiu presença: o advogado Pedro José da Silva. Fui pessoalmente à sua casa, pagar uma dívida e cobrar sua presença no evento do dia 30 de abril. A seus olhos, Arnaud Costa é um medalhão do direito, mestre que foi dos bacharéis de sua geração.
Ronaldo Morelli é um sujeito antenado, cunhado de Lucas Paulino, o mais rico artista plástico de Itabaiana, riqueza expressa nos seus trabalhos. Ao ver a arte de Lucas Paulino, o renomado poeta Jessier Quirino ficou impressionado com a beleza da obra e o aconselhou a prosseguir no caminho da arte. A partir daí, Lucas não parou de produzir seus quadros, sendo o ilustrador oficial dos livros de Jessier.
Um abraço aos seis: Ronaldo, Pedro, Arnaud, Lucas, Jessier e Romualdo.
domingo, 27 de março de 2011
Sexting na tenda de Madame Preciosa
Sexting=“sex” (sexo) e “texting” (mensagens enviadas pelo celular ou computador) é um termo inglês que se refere à troca de conteúdos eróticos entre casais.
Teve início nos Estados Unidos o fenômeno: a troca de mensagens via internet ou mesmo pelo celular de conteúdo sexual, utilizando a facilidade da tecnologia para apimentar o relacionamento.
Uma nova modalidade: os casais fingem ser outras pessoas para dar mais força erótica às mensagens. Algo divertido e muitas vezes uma forma de aproximar ainda mais o casal.
Pesquisas nos EEUU indicam que cerca de 63% dos internautas praticam sexo online, masturbando-se enquanto trocam frases eróticas.
O desenvolvimento da tecnologia de teleimersão em breve deverá tornar corriqueira a prática de esportes, a troca de carícias e a percepção de odores em ambientes de realidade virtual. Imaginem o que não vai rolar de erotismo com esses recursos! Mas por enquanto, todo mundo curte o Sexting, com muita imaginação e tesão.
Madame Preciosa entrou na onda, passando a mandar mensagens “calientes” para Sonsinho. A brincadeira não prosperou por falta de tato e sensibilidade ao Sonsinho. Digamos que ele não entrou no espírito do jogo sensual cibernético.
MADAME PRECIOSA – “Meu amor, sou sua escrava sexual, o que quer fazer comigo?
SONSINHO – “Enforcamento e cremação imediata”.
Madame mandou resposta falando de todas as peças da mãe de Sonsinho, sem faltar uma!
Tia Luluta comemorou oitenta anos
POESIA DE DOMINGO
sábado, 26 de março de 2011
GINCANA CULTURAL PROFESSOR EMIR NUNES
O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar está iniciando a 1ª Gincana Cultural e Filantrópica Emir Nunes, em Itabaiana, nas escolas Dr. Antonio Santiago, João Florêncio de Oliveira, CAIC e Professor Maciel, visando promover a integração entre as escolas, a cultura, o lazer e a filantropia, e principalmente comemorar o aniversário da cidade de Itabaiana, em maio deste ano.
A Gincana Professor Emir Nunes será realizada no período de 28 de março a 26 de maio de 2011, sendo que serão realizadas etapas preparatórias nos meses de março e abril, em datas a serem definidas pela Comissão Organizadora. As tarefas relacionam-se com atividades culturais como peças teatrais, cinema, literatura e artesanato, além de arrecadação de alimentos para famílias carentes assistidas pelo Conselho Tutelar do Município, um dos parceiros do evento.
A Gincana premiará as quatro equipes com R$ 600, 390, 300 e 210 reais respectivamente para 1ª, 2ª, 3ª e 4ª colocadas, recursos provenientes de venda de material cultural. As equipes também receberão troféus e certificados de participação.
Renovação aos setenta
Os jovens que me desculpem, mas forçoso é dizer que os veteranos é que estão com a bola toda. Não obstante as discriminações no mercado de trabalho em relação à idade, pesquisas indicam que pessoas maduras exercem com mais eficiência as tarefas mais importantes. Por isso é que a Constituição Federal ordena que, para o cargo de Senador, Ministro do Supremo Tribunal Federal e Presidente da República, só podem se candidatar pessoas com mais de trinta e cinco anos de idade. Os aviadores mais experientes são os comandantes dos jatos de passageiros. Tem que ter experiência de mais de dez anos de voo. Portanto, quanto mais velho, mais hábil.
Eu acho que a Presidenta Dilma Roussef foi uma pessoa altamente patriota, valente, decidida e corajosa no passado. Com vinte anos enfrentou a ditadura militar com arma na mão. Só que naquela época ela não estava preparada para comandar o avião chamado Brasil. Era uma mocinha inexperiente. Hoje, depois de passar por muitas provas na vida, acumulou uma visão mais geral de tudo e indiscutivelmente está preparada para o alto cargo.
Mas, por causa do preconceito, tem muita gente idosa que fica até com vergonha de sua condição. Não é assim com minha amiga de setenta anos. Ela tem orgulho em declarar sua idade. “Sou septuagénaria”, exclama com altivez e muita dignidade pessoal. Outro amigo meu pinta os cabelos e nega a verdadeira idade. Diz que em um país de tão forte preconceito etário, melhor é esconder o passar do tempo. Essas pessoas têm grande piedade de si mesmos. Decepcionados por terem vivido tanto, apenas tolerados pela família, sem uma história de vida que os evidenciem todo o tempo, são apenas anciãos sem futuro. Os anos para esses são um fardo incômodo. Ainda pior os que envelhecem sem ter o que comer, ganhando uma miséria da Previdência. O velhinho que apanha papel na rua, esse não pensa na idade. O que quer é sobreviver, não tem tempo para lamentar a idade provecta.
Mas é lamentável que um jovem/velho em plena forma aos sessenta/setenta não possa concorrer com os jovens no mercado de trabalho. São relegados ao esquecimento, talentos mal aproveitados, pessoas que se tornam melancólicas e depressivas porque têm consciência do seu potencial, mas vêem sua velhice como uma maldição.
Feliz é minha comadre setentona, mulher que pegou suas quedas e fracassos de uma vida toda, amassou seus sofrimentos e desilusões e fez um bolo para comemorar a satisfação de viver, para saborear o prazer de continuar vivendo com ventura. É bom viver tão longamente se a gente tem um propósito, e o dela é ser feliz até a última gota.
sexta-feira, 25 de março de 2011
LOCADORA DE HOMEM
Tião Lucena falou que os raparigueiros de Cajazeiras e vizinhança que esperavam com ansiedade a inauguração da locadora de mulher na cidade, estão correndo o risco de perder a festa por causa da moralista Câmara de Vereadores, que quer barrar o empreendimento sob a alegação de que a tal locadora poderá concorrer para o aumento do tráfico de mulheres e do consumo de drogas.
Os vereadores acham que é incentivo à prostituição e achincalhe às mulheres. Putaria por putaria, teve uma tal de Lilia das Palmeiras que quase se elege vereadora. “Outros cabarés de luxo foram instalados e ninguém disse nada. Agora, somente por causa do nome, os vereadores querem impedir o comércio de chibius numa cidade onde o chibiu abunda. Acorda, Cajazeiras!”, escreveu Tião no seu blog.
Madame Preciosa, com sua visão empresarial, pensa em inaugurar a Locadora de Homem. Terá homens para todos os gostos e desgostos de mulheres e rapazes viçosos. O primeiro homem à disposição das futuras locatárias será o próprio Sonsinho, batizado de HOMEM E-MAIL: sempre tem algo a dizer, mas 90% é lixo. Para as que gostam de um coroa, Madame disponibilizará o HOMEM DISQUETE: Está ultrapassado há anos, mas você ainda insiste em usá-lo.
Depois que inventaram a Mulher Melancia, Mulher Jaca, Mulher Moranguinho e tantos outros adjetivos e sabores, as mulheres criaram iguarias masculinas que estarão no cardápio da Locadora de Homem de Madame Preciosa. Veja alguns tipos:
HOMEM Camarão: só tem merda na cabeça, mas é gostoso e você come assim mesmo.
HOMEM Caranguejo: é feio e peludo, mas você bate nele, limpa direitinho e come.
HOMEM Pão: tem sempre o mesmo gosto, mas você come todo dia.
HOMEM Maracujá: é todo enrugado, você come e depois sente vontade de dormir…
HOMEM Bacalhau: você só come uma vez por ano.
HOMEM Maionese de Fim de Festa: todo mundo te avisa pra não comer, mas você come porque está desesperada; arrepende-se e depois passa mal.
HOMEM Salada: é bonito, mas quando você come descobre que não é tão gostoso assim.
HOMEM Jiló: é horrível, mas você conhece alguém que come.
HOMEM Docinho de Festa: você fica com vergonha de chegar junto, então vem outra, come e deixa você chupando dedo..
HOMEM Coca 2 litros: dá pra seis (pra quem se amarra numa suruba).
E O MELHOR DE TODOS…
HOMEM VÍRUS - Também conhecido como MARIDO, quando você menos espera ele chega e se instala. Se você tentar desinstalar vai perder alguma coisa, se não tentar perde tudo.
quinta-feira, 24 de março de 2011
MÚSICA PARAIBANA
Joana Belarmino na Tabajara
"Sou Joana, porque cheguei numa manhã de São João, no rescaldo das fogueiras, pelos passados de 1957. O Belarmino é do meu pai. Sobrenome pesado como um brinco grande, que eu carrego com muito orgulho. Sou Joana Belarmino, uma mulher cega, de quase cinqüenta anos, jornalista, quase cantora, quase escritora, professora universitária”. Assim é a exposição circunstanciada e poética de Joana Belarmino no seu blog (http://www.lerparaver.com/
Quem tiver um CD de Joana Belarmino, por obséquio ceda-me para o devido pirateamento, pois nas lojas de discos não se encontra esse tipo de mercadoria. Oculta-se sob o enorme volume de CDs imprestáveis de bandinhas bostas que infestam e infeccionam nosso cenário musical.
A Toca atingiu a marca dos 40 mil acessos
A média é de 4.500 acessos/mês. O que se diz nessas ocasiões? Muito obrigado a todos pela chegada aos 40 mil acessos. Nossa responsabilidade aumenta, mas nosso sentido ético-jurídico diminui. Por isso os riscos cada vez maiores de ações judiciais contra o velho Leão, hoje nem tão ousado assim.
O aumento dos acessos nos obriga também a procurar novos parceiros e equipe de trabalho. Já assinei a carteira de trabalho de Sonsinho, que vai assumir a função de Aspone diretamente ligado ao gabinete do Ameba, este com a importante tarefa de agregar mais credibilidade ao blog. Certo que sua fama de cachaceiro e a absoluta falta de noção de responsabilidade não ajudam muito, mas é o que temos.
Você que foi o internauta nº 40.000 a acessar este blog, escreva para o nosso email e receba como cortesia um exemplar do livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”.
Leia enquanto pode esta obra-prima da cultura inútil. Faça como o Dr. Valdiney:
Meu Caro Mozart,
Muito obrigado por me enviar seu livro. Terei maior prazer em lê-lo com atenção na primeira oportunidade, mas, ao passar a vista pude perceber a qualidade riquíssima do material, que será amplamente divulgado. Parabéns pelo brilhante trabalho e por promover a cultura itabaianense.
Abraços,
Valdiney V. Correia
(Professor de psicologia da Universidade Federal da Paraíba)
Fábio caçador
Na foto, eu caçando rolinhas na mata do fim da Rua São Sebastião, em Itabaiana, quando ainda existiam matas nas redondezas dessa cidadezinha decrépita. Foi minha primeira e única experiência como caçador de rolinhas, tendo como professor meu compadre Juarez Menezes, que hoje é contador de dinheiro alheio na Caixa Econômica, e juntador de dinheiro próprio. Dizem que compadre Juarez tá mais rico do que Bill Gates.
Nessa caçada, disparei 18 tiros com a espingarda de soca-soca, sem atingir um único passarinho. O compadre Juarez, por sua vez, quase acaba a espécime das rolinhas “Fogo pagou”. Hoje não há mais bicho algum por aqui, nada sobreviveu. Mataram tudo, e um dos responsáveis é o Juarez caçador, o serial killer dos passarinhos.
O que me fez abandonar a carreira de caçador foi o método utilizado por Juarez para acabar de assassinar as rolinhas. Depois de abatida pelo tiro meia-boca da espingarda, a bichinha ficava agonizando. Juarez batia na cabeça da rola com uma pedra, pra acabar de matar. (Esse papo de bater na cabeça da rola chega me deu uma dor imaginária!) Achava aquele modo de proceder tão cruel que parei de caçar.
Por gostar de passarinhos, tentei criar uns presos em gaiolas. Meu xexéu de bananeira era show! Cantava até o hino nacional em fá maior. Depois também achei aquele passatempo idiota. Perguntei a Juarez porque ele mantinha pássaros presos em gaiolas, quando não os matava. “Se eu não posso voar, ele também não voa”, disse o insensível caçador. Depois de ver criadores de pássaros mutilando os bichinhos para cantar melhor ou brigar, acabei com o cativeiro dos meus sabiás e canários. Dei alforria. É pura perversão manter pássaros numa gaiola. Pintou a consciência ecológica.
quarta-feira, 23 de março de 2011
MENSAGEM DA RÁDIO COMUNITÁRIA EDUCADORA DE SANTA RITA
É importante que a luta e os debates continuem e o povo de Itabaiana, através de seus lideres e intelectuais, não deixem a ideia de salvar o HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO que salvou tantas vidas.
Um amigo de Itabaiana,
Francisco de Paula Melo Aguiar
Professor/Advogado
Diretor da Rádio Comunitária Educadora 104,9
Santa Rita - Paraíba - Fone 32295299
Chiquinho Bezerra está no ponto pra cantar no Ponto
O cantor e compositor Chico Bezerra, aposentado do Banco do Brasil, já foi homenageado no festival de cultura do Sindicato dos Bancários, mas em sua terra natal não é lembrado. O homem é artista de primeira, sabendo-se quanto é difícil hoje em dia valorizar e divulgar a boa música em um país dominado pelo lixo cultural.
Encontrei o compadre Chico Bezerra negligenciando pelas ruas de João Pessoa, muito serenamente descansado, aposentado e de mal com sua terra. “Faz mais de três anos que não vou a Itabaiana, me encabulei com umas coisas lá”, explica Chiquinho. As forças que configuraram suas predileções, sua visão de mundo, são energias itabaianenses e isso ele não nega e nem repudia. Só está magoado com os destinos da terra-mãe tão maltratada.
Eu, é claro, falei do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e de como estamos empenhados em divulgar nossos artistas. Chico ficou fascinado com o projeto e me fez prometer que levaria seu espetáculo musical para o Ponto. “Meu maior desejo é me apresentar na minha terra, mas nunca houve interesse de ninguém”, lamenta. Presumível é o desfecho da conversa: convidei Chico Bezerra para cantar no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, talvez na semana do aniversário da cidade.
Para tentar preencher o vazio emocional de Chico com relação à sua cidade entregue às baratas, cupins e ratos, passei ao prezado amigo um exemplar do meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, onde falo do próprio Chiquinho e dos seus irmãos Marcos e Cabo Jorge, grande atleta do Vila Nova, hoje forte liderança do movimento negro.
Como a vida é destituída de planejamento e forma, vou assim ao acaso formatando a programação do Ponto de Cultura, mesmo porque estamos desesperadamente carentes de dinheiro para tocar o projeto original do convênio do Ministério da Cultura. O Governo de Dilma ameaça calote aos pontos. A gente que se mete em artes e outros ideais do espírito tem um pendor natural para viver subalterno aos caprichos dos governantes, quando não submisso a pretensos mecenas, patrocinadores, protetores e ao mesmo tempo exploradores da criação alheia. Mas aí já mudei de assunto...
terça-feira, 22 de março de 2011
Ainda sobre o Hospital de Itabaiana
Nesse momento de incerteza e de tristeza em que as famílias estão vivendo, preocupadas com o destino do HSVP, nos vem à lembrança os anos em que a Sociedade Mantenedora do Hospital era dirigida por homens como Israel Elídio de Carvalho, Almir da Silva Fonseca, José Bandeira Júnior, Pedro Sérvulo da Fonseca e muitos outros que, sem qualquer retorno financeiro, trabalhavam com amor e desprendimento, com um único objetivo: o bem da querida Itabaiana.
E à frente da batalha que foi manter o hospital de portas abertas, estava o incansável Dr. Antonio Batista Santiago que, desde a fundação daquela Casa e durante toda a sua vida, tinha o Hospital como a “menina dos seus olhos”. E manter aquela casa de saúde não era fácil. Muito ele lutou e buscou, junto a Governos e autoridades, ajudas e verbas.
Bons tempos também de Dr. Aglair da Silva, Dr. Lindonor Pires de Almeida, Dr. Tancredo Mariz, também exímios profissionais e executores das mais diversas cirurgias: cesarianas, vesículas, apêndices, plásticas reparadoras.
Com certeza a Associação Cultural Memória Viva estará vigilante para que o Hospital São Vicente de Paulo, mesmo que não tenha uma solução de continuidade, não seja jogado às traças. Temos um patrimônio a preservar: o seu prédio, os seus móveis, as suas fotografias históricas, quadros e documentos.
Não queremos que se repita o mesmo que aconteceu com a Casa dos Velhos, instituição filantrópica que tanto serviu aos idosos carentes da cidade e que, não se sabe como, encontra-se o seu prédio hoje, nas mãos de particulares.
Mensagem enviada pela Associação Cultural Memória Viva
Rei Midas ao contrário
Compadre Fábio, é legítima a preocupação de salvar os móveis do Hospital, como patrimônio cultural de nossa cidade. O finado Dr. Berônio que foi um grande administrador desse Hospital, disse-me um dia: " O rei Midas em tudo que tocava se transformava em ouro e há pessoas que em tudo que toca vira excrementos".
Acho que Itabaiana precisa exilar ou na linguagem policial, " tirar de circulação" pessoas que só a reduz a cada dia. Espero que Itabaiana não chegue ao que o colega e amigo Manoelzinho Araújo, aposentado do BB que sempre que me encontra faz questão de lembrar uma frase um tanto praguejante e jocosa de um grande latifundiário, já falecido, nascido nessa querida terra. Dizia o latifundiário, após um dissabor com a política local:" Ainda vejo Itabaiana coberta de melão" e não é a fruta mas a vegetação rasteira, que nós quando crianças aí na cidade, denominávamos " melão de galinha".
Um abraço.
Jurandi Pereira.
Salvemos pelo menos os móveis do Hospital São Vicente de Paulo
Toda cidade tem uma história, que se inicia com a sua fundação e evolui através do tempo. Há muitas formas de contá-la. Ela está presente na cultura de seu povo, nos ciclos de seu desenvolvimento econômico e social, nas obras deixadas por cidadãos ilustres, e também nas edificações, memória visível da evolução urbana.
A cidade centenária de Itabaiana está sofrendo um processo de desconstrução do seu passado, apesar da luta de pessoas abnegadas, a exemplo do meu compadre Luciano Marinho, fundador de uma organização não governamental destinada a preservar nosso patrimônio histórico.
Nossa cidade tem muita história, e ela precisa ser preservada como patrimônio coletivo. Transcrevo abaixo carta do itabaianense ilustre Vladimir Carvalho, onde expressa a preocupação com o destino dos móveis do Hospital, produzidos pelo pai de Vladimir, o famoso marceneiro Luiz Martins de Carvalho.
Já não se fazem móveis como antigamente, quer no que respeita ao processo de fabricação (a maior parte de fabrico artesanal), quer em relação a modelos e estilos verdadeiramente originais e que marcaram determinadas épocas. Os móveis em madeira de lei do mestre Lula, essas peças antigas fazem parte do nosso patrimônio cultural e histórico.
Vladimir pede o apoio da professora Terezinha Queiroga para salvar os móveis do Hospital São Vicente de Paulo, fechado pela irresponsabilidade e incompetência de um grupo. Certeza tenho que Luciano Marinho, Margareth Bandeira e demais membros da Associação Memória Viva ajudarão a salvar esse patrimônio.
Prezadíssimo amigo Mozart,
Estive fora por uns dias e como sou muito ruim de internet e dependo sempre de familiares para "entrar", somente hoje tomei conhecimento de suas amáveis e gentis palavras sobre os livros remetidos. Fico muito envaidecido com suas referências ao Pedras na Lua, o que motivou repercussões por parte do nosso dileto poeta Antonio Costta. Enfim, como acontece nessas ocasiões, não escapo do clichê: não tenho palavras para agradecer.
Ao mesmo tempo, aproveito o ensejo e, mesmo apressadamente, gostaria de lhe fazer um apelo pedindo-lhe em primeiro lugar uma orientação. É sobre a notícia, para mim preocupante, do encerramento das atividades do Hospital São Vicente de Paula (lembro-me de menino ainda ter brincado com outros garotos em seus corredores e salas ainda em construção várias vezes interrompida e retomada nos anos 40). É que ali se encontrava abrigada e servindo à sua administração várias peças da lavra do meu pai, como birô, estantes e cadeiras de espaldar com incrustações douradas, obras para mim de valor inestimável, embora não me pertencessem.
Tranquilizava-me até este ponto saber que estavam em boa guarda. Agora com os percalços da atual administração e com a notícia do desaparecimento daquela casa que foi sempre um bem inalienável da comunidade itabaianense. com histórica folha de serviços prestados, temo pela sorte daquele "acervo" tão precioso para mim. Passa-me pela cabeça até a idéia de adquiri-las para preservá-las em algum espaço que possa recebê-las. Este é um apelo que faço a quem de direito. Ao estimado amigo peço o apoio e a orientação. Terezinha Queiroga, nobre amiga, tinha conhecimento e muito apreço por aquele conjunto do mestre Lula.Vou tentar consultá-la também.
Desculpe a pressa e receba o fraternal abraço do
Vladimir Carvalho.
segunda-feira, 21 de março de 2011
21 DE MARÇO - DIA UNIVERSAL DO TEATRO
O velho Fábio Mozart já foi um Jack-of-all-trades – autor, diretor, produtor, cenógrafo, iluminador e programador visual de espetáculos teatrais. Atualmente, vejo declinar minhas atividades teatrais por força das circunstâncias de la vida, mas sempre sonhando em retomar a vida nos palcos.
Hoje é o Dia Universal do Teatro e quero aqui homenagear um ator brasileiro, paraibano, itabaianense da gema, cujo talento criativo e interpretativo já o levou a contracenar com grandes nomes da TV e do teatro brasileiro. O amor desse rapaz pelo teatro se mantém, a despeito de todas as adversidades, da incompreensão e das fatalidades.
O ator a que me refiro chama-se Giuseppe Marcello.Trabalhou em São Paulo e no Recife, fez grandes espetáculos como “Vento do amanhecer em Macambira”, que marcou a restauração do teatro Santa Roza em João Pessoa e alcançou sucesso de crítica no sudeste, nos anos 90. No Recife, trabalhou com monstros sagrados da cena pernambucana como Geninha da Rosa Borges, atriz de 86 anos que ainda brilha nos palcos e na TV brasileira.
Giuseppe Marcello está de volta à sua terra. Tudo que ele quer é viver sua arte, o que tenta fazer no Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana. À sua volta, jovens atores querendo usufruir de sua luz de artista. Seu amor à arte tem algo de superior, que contagia.
Abram as cortinas para Giuseppe Marcello. Comemoremos o dia universal do teatro, que vive da dedicação, disciplina e carisma de pessoas como ele, atores e atrizes que se doam para o trabalho que desempenham. "O teatro é ritual, paixão, artesanal, é visceral: olho no olho. É comunhão de ser humano com ser humano. É o ato vivo da paixão que se consome a si mesmo enquanto se produz, mas renasce sempre das cinzas após a vaia ou o aplauso", descreveu Jorge Coutinho, ator carioca do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-Rj). "O Teatro é uma comunicação mágica onde cada pessoa (ator e espectadores) dá e recebe algo que a transforma e se transforma". Assim vive Giuseppe: transformando e se transformando em cada ensaio, em cada apresentação, em cada sonho teatral.