Cena do espetáculo "Um sábado em 30", de Luiz Marinho, pelo Teatro de Amadores de Pernambuco |
Hoje é dia do café. Tem dia de tudo, até do café. Por um milagre da cozinha, nunca aprendi a beber essa bebida tão popular. Sou um entre os raros brasileiros que não tomam café.
Minha abstinência cafeística tem uma origem: minha mãe conta que eu, pequenino, tomei creolina pensando que tomava café. Quase morri, mas aprendi a farejar o mundo que é comível e bebível.
Mas hoje é sábado, dia de feira livre que meu pai chamava de “procissão dos aflitos”. Um bando de pais de família agoniados com seus salários mínimos para fazer a feirinha da família.
O sábado corresponde à quarta-feira em Brasília e sábado mesmo para todas as outras pessoas.
Ontem, sexta-feira 13, trouxe sorte. Falei com um compadre que há muito não via, meu considerado Albérico de Jesus, o afamado Zau Venta de Tamanduá. Foi companheiro na Rede Ferroviária e um dos fundadores da Sociedade Amigos da Rainha, antiga Sociedade Zé da Luz. Axé pra tu, compadre velho!
Hoje, sábado, tenho um compromisso na Rádio Tabajara da Paraíba, AM, que você sintoniza na frequência de 1.110 MHZ. Às 14 horas eu faço o programa “Alô Comunidade”, entrevistando o professor Ronaldo Eli e o estudante de comunicação Alexandre Santos, além do comunicador Rodolfo Crea, da Rádio Comunitária Alquimista.
Clarice Lispector dizia que o sábado é a rosa da semana. O que me lembra o sábado? Manhã de sol no quintal cortando touceiras de papoulas e sentindo o mundo girar pelo efeito narcótico da planta. Isso há séculos, nos velhos quintais da rua do Sapo em Timbaúba. Foi num sábado que minha vó morreu e nasceu meu filho primogênito, no mesmo dia e hora. Sábado tinha matinê no Cine Alvorada e feira de troca de gibi, um prazer infanto-juvenil que morreu há tempos.
Sábado de cerveja é domingo de manhã de rosa murcha.
Em sueco, sábado significa “dia do banho”. Aquele povo que vive no gelo só toma banho no sábado, e olhe lá! Em japonês, sábado significa “dia da terra”. Para mim, sábado lembra “Um sábado em trinta”, comédia do meu conterrâneo Luiz Marinho, dramaturgo timbaubense, refletindo os costumes de nossa região. No sábado, dia de feira em Timbaúba, Luiz Marinho foca uma cozinha de uma casa aristocrata, a cozinha que era o cômodo mais dinâmico das casas antigas da família nordestina. É pela cozinha em sábado de feira que Luiz Marinho faz uma panorâmica da cultura nordestina e particularmente da zona da mata norte de Pernambuco.
Viva o sábado! Viva o Brasil!!
ResponderExcluirwww.tap.org.br
ResponderExcluirMINHA CASA TEATRAL EM RECIFE!... UMA HONRA TER TRABALHADO NO ESPETÁCULO A ESTRADA DO SAUDOSO LUIZ MARINHO; COM PRODUÇÃO DO TEATRO DE AMADORES DE PERNAMBUCO. INDICO O LIVRO MEMORIAS DA CENA PERNAMBUCANA VOLUME 3 ONDE TEM UM CAPÍTULO COM TODA A HISTÓRIA INEFÁVEL DO TEATRO DE AMADORES DE PERNAMBUCO E TODAS AS PEÇAS DE LUIZ MARINHO.