Orquestra e Coral de Mari executando o Hino em frente à estação ferroviária, local que eu ajudei a transformar em um centro de arte e cultura |
Em recente evento na cidade
de Mari, na inauguração da sede do INSS, o Ministro da Previdência, Garibaldi
Alves, ficou besta ao ver e ouvir todo mundo cantando bem direitinho o hino da
municipalidade. Naquela cidade, é obrigatório o hino antes das aulas nas
escolas municipais. Por isso toda criança sabe decorado o hino, composição da
professora Aparecida.
Lição de civismo, como
afirmou Garibaldi, aquele cara da cara de bestinha lá do Rio Grande do Norte? O
fato é que 90% da população sabe cantar o hino da cidade. Pode perguntar aqui
na minha cidade Itabaiana do Norte que 90% dos nossos conterrâneos sabe cantar
o hino do Flamengo, mas o hino da municipalidade é desconhecido pela imensa
maioria.
Vou falar bonito: adentrando
nesse fenômeno coletivo, cuja performance
causou admiração dos visitantes ilustres, vejo espaços oferecidos à arte e
educação. Em Mari, temos coral afinado, aulas de música, estímulo para o canto
orfeônico, vozes que encontram saídas porque existe a vontade política de
prestigiar quem honra a cultura e as tradições locais. Um pouco porque quem
administra a cidade é de lá, mora na cidade, tem raízes. Não caiu de pára-quedas,
não veio da França ou de outro universo qualquer.
Eu nunca aprendi a cantar o
Hino Nacional. Tampouco decorei o Hino à Bandeira, Hino da Independência e
todos os demais hinos tão caros à ditadura militar que queria impor um
nacionalismo de quartel nas escolas. Fiquei com trauma de hino. Movido pela
inspiração da professora Aparecida, eu tiro, entretanto, meu boné para o Hino
de Mari. Antes de ser um dispositivo de poder, o Hino de Mari é uma lição de
amor verdadeiro à terra natal.
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