Sigo para Aparecida sem lenço nem documento

Pracinha em Aparecida/PB

Eu e meu compadre Orlando Otávio, além do cantor Túlio Melo, pegamos o bonde para Aparecida, onde defenderemos duas músicas no II Festival Acauã de Música Popular – Versão Junina, que acontecerá de 17 a 18 de junho, no Ponto de Cultura Caminhos de Acauã.

Segundo o Wikipédia, Aparecida é um município da Paraíba, distante 400 quilômetros de João Pessoa, localizado na microrregião de Sousa, com pouco mais de sete mil habitantes. No Assentamento de Acauã é onde acontecem as coisas. Além do festival de música, teremos mostra de cinema no Conjunto Histórico da Fazenda Acauã, sítio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde se encontra instalado o Ponto de Cultura Caminhos de Acauhan.

O viajante sozinho não chega a lugar nenhum, mas a pessoa que se propõe a ser caixeiro-viajante da arte e da cultura risca tranquilo o mapa, sem medo de trovoadas. Vamos desprovidos de dinheiro, que esses luxos não chegam para artista fora de circuito, mas Orlando Otávio leva três garrafas de Matuta, um saco de farinha com galinha assada e os originais do seu livro “Do mar arriba, as maravilhas da Paraíba” com que pretende conquistar os conterrâneos Paraíba afora.

Se nosso trabalho ganhar o Festival, lá mesmo dividiremos o prêmio: dois terços para as despesas, outro terço para o cachê, sobrando apenas 10% para as comemorações que são vagarosas. Por isso não garanto chegar de volta antes de segunda-feira que vem. Mas, se não ganharmos prêmio algum, regressaremos soturnos e de cabeças inchadas, pedindo arrego em cada esquina, comendo de favor e viajando de carona, como fiz há mais de 30 anos atrás quando fomos apresentar uma peça teatral em São José de Piranhas, retornando a Itabaiana mais duros que diamante.

Torçam por nós. Enquanto a fera ruge, a vaca muge. (O que tem isso com a história?). Tou variando... Deve ser o tal de fuso horário, que o lugar é mais longe do que parece.