Prefeitos destruíram o patrimônio histórico de Itabaiana

Quem constata isso é meu leitor Orlando Pereira de Araújo, em mensagem à Toca do Leão. Ele lamenta que, nos últimos trinta anos, quase todo sítio histórico da cidade foi destruído com a anuência dos gestores públicos. Para Orlando, “a visão de cultura desses governantes é um trio elétrico tocando na rua, o povo dançando e bebendo cachaça e eles no meio angariando votos, seja ou não ano eleitoral”.

Esse itabaianense, que diz acompanhar minhas crônicas diárias, deve ser um cidadão preocupado com sua terra e consciente dos valores materiais e culturais que estão se perdendo pela via tortuosa da má gestão e dilapidação de nossas riquezas, incluindo as imateriais. Segundo me informaram, o poeta e arquiteto Jessier Quirino reproduziu uma rua de casarões antigos em uma galeria no centro da cidade, como forma de preservar pelo menos a memória de nosso perfil urbano, tão descaracterizado. A foto que ilustra este post é justamente dessa galeria.

Caro leitor Orlando Pereira: não é só você que fica indignado com a situação atual de nossa terrinha. Estive conversando com meu compadre Zé Ramos, que me concedeu entrevista para o programa Resenha Cultural (vai ao ar sábado, dia 11 de dezembro, pela Rádio Comunitária Rainha), e ele faz uma leitura também bastante pessimista das atuais condições sócio-econômicas e culturais de Itabaiana. Esse itabaianense revela muita afinidade com pensamentos iguais ao seu e de muita gente boa da terra de Abelardo Jurema. Precisamos de um choque de gestão e a hora é de quem tem consciência do valor da cultura, pratica desenvolvimento sustentável e coragem para reverter uma situação de quase total falência.

Nosso povo é capaz, trabalhador, inteligente e honrado. Se o elemento humano é preponderantemente bom, o que falta é administração. Numa palavra, choque de gestão e de eficiência, metas que muito se identificam com esse meu compadre.

Precisamos crer nas pessoas e nas soluções. A esperança ainda não acabou. Voltaremos ao tema.