quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Encontrei Ronaldo da Antena, uma preciosidade humana


Na cidade de Itabaiana vive um cara chamado Ronaldo da Antena, sujeito antenado com as coisas da eletrônica, ainda trabalha com linguagem, porque ele usa a palavra como meio de expressão, locutor de rádio que é, famoso apresentador de programa musical com o pomposo nome italiano de Ronaldo Morelli.

Ronaldo foi ator do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana nos anos 80, figurante em uma peça chamada “O batalhão das sombras” onde fazia o papel de um peregrino meio maluco a entoar ladainhas atrás de um profeta igualmente doido, interpretado por meu compadre Aguinaldo Santos, hoje folclorista do Grupo Acauã da Serra em Campina Grande.

O compadre Ronaldo lembrou a peça, declamou até algumas falas.

-- Nunca vou esquecer aqueles momentos mágicos do palco. Ser ator é um negócio elétrico, que te leva além da superfície – diz poeticamente o compadre.

Outro que foi ator do Geti: meu compadre Zé Ramos. Esse é advogado, sujeito bem posto na vida. Reconhece que as marcas de sua passagem pelo teatro estão em tudo que foi e o que é. “Minha base de vida foi o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana”, costuma dizer.

Conheço um colega dele, Ubiratan de Assis, que é teatrólogo e um dia tentou levar os conceitos e as técnicas teatrais para o tribunal do júri. A experiência não deu muito certo. Entretanto, teatro e júri até que têm muita coisa em comum. São encenações que dependem do bom desempenho cênico dos advogados/atores.

Arturo Gouveia assim glosou o mote do advogado e do ator:

ODE DOS ADVOGADOS DO BRASIL

Na profissão sou cínico e sou cênico.

O Direito é um palco teatral.

Tanto faz o açúcar ou o arsênico,

Defendo o bem, depois defendo o mal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário