Na cidade de Itabaiana vive um cara chamado Ronaldo da Antena, sujeito antenado com as coisas da eletrônica, ainda trabalha com linguagem, porque ele usa a palavra como meio de expressão, locutor de rádio que é, famoso apresentador de programa musical com o pomposo nome italiano de Ronaldo Morelli.
Ronaldo foi ator do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana nos anos 80, figurante em uma peça chamada “O batalhão das sombras” onde fazia o papel de um peregrino meio maluco a entoar ladainhas atrás de um profeta igualmente doido, interpretado por meu compadre Aguinaldo Santos, hoje folclorista do Grupo Acauã da Serra em Campina Grande.
O compadre Ronaldo lembrou a peça, declamou até algumas falas.
-- Nunca vou esquecer aqueles momentos mágicos do palco. Ser ator é um negócio elétrico, que te leva além da superfície – diz poeticamente o compadre.
Outro que foi ator do Geti: meu compadre Zé Ramos. Esse é advogado, sujeito bem posto na vida. Reconhece que as marcas de sua passagem pelo teatro estão em tudo que foi e o que é. “Minha base de vida foi o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana”, costuma dizer.
Conheço um colega dele, Ubiratan de Assis, que é teatrólogo e um dia tentou levar os conceitos e as técnicas teatrais para o tribunal do júri. A experiência não deu muito certo. Entretanto, teatro e júri até que têm muita coisa em comum. São encenações que dependem do bom desempenho cênico dos advogados/atores.
Arturo Gouveia assim glosou o mote do advogado e do ator:
ODE DOS ADVOGADOS DO BRASIL
Na profissão sou cínico e sou cênico.
O Direito é um palco teatral.
Tanto faz o açúcar ou o arsênico,
Defendo o bem, depois defendo o mal.
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