Em busca de uma certa verdade, ando sempre
com o passaporte em dia para o país dos sonhos, casado que sou em terceiras
núpcias com a insanidade que eu gosto de chamar carinhosamente de criatividade.
Adorando saber que o poeta Pádua Gorrion tem a mania de ler estas crônicas da
Toca, fiquei de atualizar o blog só para esse mancebo que conheci na cidade
Itatuba, porque o cabra me dá muita força. Acho que é isso.
Bonito, esse negócio da gente ter amigos que
compartilham nossos distúrbios literários. Embora satanizada por elementos da
qualistria de Maciel Caju, a Toca do Leão nunca foi nem será um canal de esquizofrenia
como maldosamente denunciou o falso poeta Caju. Em tempo: a palavra “qualistria”
não existe na língua portuguesa, mas eu ouvi muito minha vó Joaninha falar, e
se ela usava o termo, claro que ele subsiste na língua dos povos antigos.
Sinto-me na obrigação de preservar. Esse Caju, para dizer o mínimo, é um cafuçu
de marca maior, sem maiores referências morais.
O que eu quero dizer mesmo? Qual era o tema
desta quase crônica? Sim, uma das minhas maiores bandeiras é não dar bandeira
pra gente do naipe desse Caju e do vampiro brasileiro Michel de Marcela. Não
quero graça com esse povo, banalizadores do mal do quadradismo e do atraso. Veja
que o Temeroso quer retardar o Brasil em duas décadas, como se já não fosse a “pátria
tão distraída” um poço do passadismo do pior quilate.
Para zombar de quem desdenha de nossa
cidadania, criamos um quase programa de rádio web chamado Multimistura que vai
ao éter na internet, a partir das nove horas da manhã na Rádio Zumbi (www.radiozumbijp.blogspot.com)
Não sei se foi nesse desfile interminável de
besteirol do Multimistura ou em outra cena, eu relatei outro dia o caso do
vigilante do Fórum que me chamou em particular:
--- Senhor, essa estante que vocês botaram
aqui no Fórum pra troca de livros é uma coisa boa, mas o povo ta tirando livros
e não deixa outros no lugar. Eu contei 85 livros e agora só tem 30.
Envergonhadamente, tenho que admitir que o Brasil é fatal!
“O Brasil é fatal”... Fiquei matutando sobre
a frase do vigilante do Fórum. É impressionante como somos cafajestes, sem a
menor cerimônia. O cara Testemunha de Jeová pega bons livros que eu
disponibilizo nesse projeto Biblioteca Viva e deixa folhetos de sua religião,
isso diariamente. O patife nem se toca que não aceitamos esse tipo de
proselitismo, mesmo lendo no banner ao lado do expositor de livros. Fatal! Predestinado
a ser inevitavelmente safardana, cara de pau. “Brasil só tem tamanho e safadeza”,
dizia meu tio Zé do Pão.
Mas, e sempre tem um porém, nesse paraíso do
jeitinho malandro, mora gente decente e honrada. Eis que recebo convite do
mestre Tião Lucena para pegar livros de sua produção e distribuir em nossos
expositores. “Você é um herói”, disse-me Tião. “Sair por aí distribuindo livros
é ideia de paladinos, isso deve ser algum tipo de karma, você deve ter tocado
fogo em alguma biblioteca em vidas passadas”. Eu replico ao compadre Tião que
não sou dado ao budismo, no máximo sou adepto do bundismo. (No sentido de
cultuar essa bela anatomia feminina). Isso de espalhar livros é muita falta do
que fazer e livro precisa circular. Adoro livros, sou guardador de mais de dois
mil exemplares e meu prazer é dar oportunidade para que eles sejam lidos. Haverá
o dia em que o livro será obrigatório nas escolas. Não exigido por nenhum
decreto escolar, mas induzido por professores leitores, coisa rara. De dez
educadores, apenas dois gostam de ler. Um pedagogo deveria carregar dentro de
si a responsabilidade inata de promover o encontro dos jovens com esse mundo da
leitura, potencializando as ações neste sentido. Infelizmente, continuaremos a
ser um país “fatal”, pelo menos por mais vinte anos, se cumprido o desejo da
governança farsante e renegada.
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