POEMAS MINIMALISTAS
Sem assento na cena
não declamo a fala
que me condena
* * *
Orgulho de cedro e passarinho,
o verão se desmoraliza
com El Niño.
* * *
Do mui sábio Salomão:
viver ou desviver,
eis a questão.
* * *
No tempo inominado
fui sem ter sido
nem criado
* * *
Deus não joga bozó
Darwin joga cartas
com uma mão só.
* * *
Num átomo de carbono
a vida boceja
cospe e cai no sono
* * *
Militante rebeldia
meu “eu-épico” vive e morre
todo dia
* * *
No campo de batalha
da vida essencial
morrem o bem e o mal.
* * *
Matematicidade
quanto mais velho fico
melhor idade.
* * *
Não curo
nem mato;
sou como pedra
em teu sapato.
* * *
Em mil vindas e idas
perdeu há muito tempo
o senso das partidas
F. Mozart
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