terça-feira, 1 de novembro de 2011

Poeta camponês de Itabaiana publica versos na Itália




O poeta camponês João Muniz, natural de Itabaiana, lançou na cidade de Valdagno, na Itália, o livro Imagens da Resistência – Resistir para Existir, que fala da realidade da vida dos camponeses que lutam pela posse da terra. Além de suas poesias, o livro traz imagens do fotógrafo italiano Carmelo Fioraso. Ele é agricultor e estudante do curso de Pedagogia do Campo.
“Algumas vezes acho que nem é verdade, porque sou um simples agricultor, camponês paraibano. Nunca pensei em lançar minhas poesias, não havia planejado isso, mas sempre busquei fazer com que meus versos tocassem e sensibilizassem as pessoas sobre a luta pela terra no nosso país, sobre a cultura camponesa. Sinto-me muito feliz porque o livro pode  fazer com que outras pessoas e outras realidades conheçam nossa cultura e nossa luta”, disse o poeta popular.

Seu pai, João Muniz da Cruz, conhecido como João Rosa, foi poeta. Foi acompanhando o pai nas feiras, festivais e recitais, desde os 8 anos de idade, que João Muniz tomou gosto pela poesia. “Fomos em vários encontros de poetas populares da Paraíba, nas cidades de Sapé, Mogeiro, Itabaiana, Bayeux e até em Pernambuco, em Olinda. Meu pai foi o grande poeta que me espelhou, junto com o meu primo, também poeta, Manoel Muniz e Antonio Augusto, mestre e companheiro de poesia de meu pai por mais de 30 anos. Só aos 17 anos, quando meu pai morreu, escrevi minha primeira poesia”, conta ele.

O site da Comissão Pastoral da Terra assim noticia a vida do poeta: “JOÃO MUNIZ nasceu na cidade de Itabaiana, Paraíba, no povoado camponês Mendonça dos Moreiras, vizinho à antiga Fazenda Tanques, que hoje é o assentamento Almir Muniz, onde vive. Essa região foi marcada historicamente por duas culturas: a da poesia popular, radical em sua clareza; e a do latifúndio da cana de açúcar, violento por natureza. 

Para as Academias e os salões da tal “elite" latifundiária, poetas como João são desconhecidos, ou melhor, ignorados: não contam "as coisas" do jeito que agrada o opressor. Junto com a poesia popular, João derruba a cerca da cultura opressora, tira a mascara do "mistério" do direito sagrado à propriedade privada e revela o segredo da partilha e da solidariedade.

Desde a infância, junto com toda a categoria camponesa, João experimenta na carne a violência - as ameaças, as arbitrariedades, as perseguições - sem a qual o modelo do monocultivo não funciona. Foi esta violência do latifúndio que ceifou a vida de seu primo, ALMIR MUNIZ. Assassinado pelo usineiro da região, o corpo dele não foi devolvido à família. Até Pilatos devolveu o corpo de Jesus... O latifúndio, não.

Quantos poetas, pintores, escritores – Antônio, João, Maria, José, Luiz... - foram ceifados das fileiras da classe camponesa pelo nefasto modelo monocultivo latifundiário?”

Já decidi: vou lançar a segunda edição do meu cordel “Biu Pacatuba, herói do povo paraibano” no Assentamento Almir Muniz, para ver de perto esse povo e seu poeta fazendo História!

4 comentários:

  1. É um poeta que promete ir longe, são poetas populares e verdadeiros como João Muniz que conta e encanta com a realidade deste país excludente. Valeu poeta, parabéns Mozart.

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  2. João Muniz é um grande poeta, de muita sensibilidade. Autor de letras simples, mas complexas, procantes em suas imagens, em suas cenas. Suas poesias falam, entre outros temas, da vida do homem do campo, de suas lutas, de suas tristezas e alegrias. João Muniz é mais que um poeta - é um poeta popular que, com grande competência e sensibilidade, nos revela com palavras as dinâmicas próprias, únicas, cotidianas dos sujeitos do campo.
    Parabéns, João! Sucesso na caminhada! Agora é apenas o começo! Flávia

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  3. joão muniz da cruz filho é um rapaiz capaz de superar qual quer obistaculo e tambem os ilimites da sua vida,filho de um homem que respeitava qualquer pessoa poderia ser rico,pobres. para ele não tinha diferença; este homem era o seu pai que com sertesa teria orgulhodo do filho que tenhe,joão muniz continui sempe assim humilde e estroverto
    parabens ate a proxima...........

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  4. De certo me sinto feliz pelas colocações, agradeço a todos e que a poesia os completem de alegria. Viva a poesia.

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