quinta-feira, 24 de novembro de 2011



Esse coroa aí de cima, de camisa branca com o copo na mão, é meu compadre Joquinha da Barraca, lá de Mari. Cabe a ele o papel de provedor de cachaça suspeita e cachorro quente mais duvidoso ainda, em sua barraca no centro da cidade, local onde funciona a sede do Clube dos Fofoqueiros Marienses, de onde sou sócio remido.

Convenhamos que não é fácil engolir, mas o mundo não é feito de contrastes, de sim e não, de herói e vilão. Todo mundo joga pedras nas pessoas que administram, ou fingem governar minha cidade Itabaiana do Norte, mas a maioria já andou mamando nos peitos gordos da muda e por interesses contrariados, hoje posa de oposição. Pede-se menos virulência e mais substância aos antagonistas de dona Eurídice.

Meu compadre Manassés pegou pesado: “O judiciário brasileiro só vai melhorar quando prenderem a maior parte de seus quadros, entre juízes e servidores marajás, por arrogância, falta de competência e associação para o crime. Os exemplos são muitos, mas essa matéria do jornal hoje demonstra bem essa realidade de arrivismo e despotismo da ‘justiça’ brasileira.”  Ele se refere ao mecânico que morreu depois de saber que ganhou indenização por ter sido preso 22 anos sem cometer crime algum.

Quando cheguei em Mari, em 1988, fundei a Liga Mariense de Futebol. A sede provisória era na barraca de Joquinha, que não entende nada de futebol, mas gostava de dar seus pitacos. Ao saber que futebol se joga com onze, sugeriu que cada time jogasse com quinze. “Seria uma forma de empregar mais gente e combater o desemprego.”

Professora Ozaneide Vicente é a voz mais bonita do brejo paraibano. Ela canta no Coral São Sebastião de Mari. É presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (presidenta sim, a Dilma não pode!). Ozaneide concentra-se em dar combate sem tréguas à violência e o desrespeito aos direitos da infância. Apesar da constatação preocupante de que quase nada mudou desde que a gente enfrentava batalhas para fundar os conselhos de direitos na terra de Benedita Luiza, uma santa já falecida, efetivamente pessoas como Ozaneide ainda fazem a diferença no meio da indiferença da sociedade diante dos problemas sociais. Ela pediu e estou mandando dois monitores do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar para realizar oficinas de teatro com a meninada.

OAB vai processar turista que xingou a Paraíba no Youtube. Eu acho esse papo uma futrica besta que foi superdimensionada. Pouquíssimas pessoas deixariam de vir à Paraíba por causa dos comentários imbecis do tal sujeito, mas a imprensa desempenhou a contento sua estúpida tarefa de dar destaque a fuleiragens desse tipo, e o tipo imbecil ganhou sua notoriedade. Ele disse que na Paraíba só tem, veado, porque foi á praia ao meio dia e não encontrou nenhuma mulher. Eu agora boto fogo: aqui não é destino de turismo sexual. Onde tem muito vagabundo, tarado, fresco, prostitutas e camelôs é nas praias de Natal, Recife e Fortaleza, de onde veio o safadão.

Até Cássio Cunha Lima e Rômulo Gouveia se pronunciaram sobre o homem que desrespeitou a Paraíba. O tal turista já recebeu 200 mil ameaças de morte pelo e-mail. Construiu-se assim um bafafá onde tudo não passa de titica de galinha. Povo besta e sem noção!

Mais uma paranóia: recebo mensagem onde informam que não se deve ligar o ar condicionado do carro imediatamente ao entrar, principalmente se o carro estiver ao sol. Abre-se as janelas por uns minutos por causa do benzeno acumulado, que envenena os ossos, causa anemia e reduz as células brancas do sangue. Como o ar do meu carro velho é natural, não corro o risco de pegar câncer.

Cioso do seu talento musical, meu compadre Orlando Otávio anuncia a composição do hino do “Ganzá de Ouro”, nosso grupo de música regional que vai deslanchar em 2012 no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. 

Ainda sobre o otário que esculhambou os paraibanos: ele foi entrevistado no programa Correio Debate num clima de completa histeria dos dois apresentadores, Heron Cid e Fabiano Gomes. “Me trate com respeito”, disse o turista por nome Júlio. “E você tratou os paraibanos com respeito, cabra safado? Porque eu tenho que lhe tratar com respeito?”, bradou o apresentador Fabiano Gomes, para encerrar: “Faça um favor, enrole seus chifres com esse seu telefone. Você é um imbecil, um babaca. Desligue esse telefone”. Heron Cid emendou: "Vamos pro intervalo nesta porra!" Com um radialismo desse nível, a gente acaba dando razão ao mané que falou mal da Paraíba.

Dia 1º de dezembro, o Ganzá de Ouro entra em estúdio para gravar minha música "Toada de terreiro", pela Mostra SESC de Música Paraibana. A melodia é de Orlando Otávio, primo legítimo de Sivuca e tocador de pandeiro que ensinou a um tal de Jackson lá das bandas de Alagoa Grande.


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