quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aposentado: não leia a revista VEJA



A revista VEJA, editada por Roberto Civita, publicou em seu editorial da edição nº 2240, Ano 44: “O Brasil é inviável porque gasta mais com aposentados do que com crianças e jovens.”

Os aposentados chegam à aposentadoria por diferentes vias. Doentes e corroídos por dívidas, frustrações e solidão, acabam na vala comum. É sinistra a vida de aposentado. Não queira para si. Antes de se aposentar, dê um desfecho definitivo na sua vidinha idiota. Escolha ser chamado por Deus ou siga um rumo mais prestigioso: vá ser imortal da Academia e da infâmia no Maranhão. Observe que Sarney já tem noventa anos e nunca se aposentou. Por isso os bigodes e cabelos pretos retintos. 
 
Estou aposentado há mais de dez anos. Virei um monge castrado, um atropelo dentro de casa, um peso morto para a nação. Como castigo, o Governo foi retirando devagar os meus proventos. Ganhava oito salários mínimos ao me encostar. Agora, mal recebo o equivalente a três. Ainda dizem que a gente “goza” de aposentadoria. Nem sou sadomasoquista!

Meu desequilíbrio orçamentário é proporcional aos gastos crescentes com remédios e aparecimento de alterações biológicas próprias de quem vai dobrando o cabo da Boa Esperança. 

“Independente disto, tem cada aposentado sapeca que dá gosto. São excessões à regra. Este grupo continua se divertindo, participando, viajando, namorando, versejando, pescando, contando lorotas, usando as geringonças modernas, passeando, driblando os obstáculos e fazendo da aposentadoria uma canção, Cuidado para não cair no hipocondrismo e entregar os pontos antes da hora”, escreveu o aposentado Rivaldo Cavalcante. 

Aos aposentados, o melhor a fazer é não dar muita atenção a um certo sujeito que nos olha pelos buracos do pijama roto, um alemão chamado Alzheimer. Ler muito, fugir da deprê e evitar a leitura da revista VEJA, inimiga dos aposentados brasileiros.

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