POEMINHAS FORTUITOS
A nova classe média
jamais baterá na janela
fora do eixo.
Com seu destino singelo
as deixo.
O sagrado e o profano
em versos de circunstância
debulhando redundância.
O corpo da linguagem se confunde
com o corpo do sujeito poético;
ideias em sexo grupal.
Quando a poesia se despe
das suas vestes de Medusa,
o poeta usa e abusa.
O existencialismo abstrato
só é bom com destilado
e tira-gosto de rato.
Eu sobrevivo
com o meu ódio-amor
caça e perseguidor
triste e animador
qual rastejante condor.
Tenho meus direitos
reservados,
mas, só por educação
abro mão.
F. Mozart
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