Balada
do tempo ruidoso
O tempo que já se foi
Levou a dor e o prazer
Para recompor o tempo
É preciso envelhecer
E remoçar ao um só tempo
E o velho cálix encher
De veneno e antiveneno
Jogar ao vento e beber.
O tempo que já se foi
Curando e revigorando
Decompondo e recompondo
As cicatrizes e dores
Muda as metas, muda as cores
Refazendo os retratos
Remediando insensatos
Arriando os andores
O tempo que já se foi
Borrasca sem previsão
Procela, inquietação
Excedendo o estampido
Falseando seu sonido
Hoje é som de calmaria
O que foi troada um dia
É saudade sem ruído.
f.mozart
Nenhum comentário:
Postar um comentário