Foto do blog da Associação Cultural Memória Viva - Itabaiana/PB |
Dona Mocinha Petronilo é uma dama da sociedade itabaianense que mantém a tradição de botar na rua o bloco do “Zé Pereira”, abrindo o carnaval da cidade. Faz isso há muito tempo com esforço e dedicação. Todo ano se cotiza com amigos, contrata uma orquestra de frevos e o “Zé Pereira” sai no sábado da semana que antecede o carnaval. Dizem até que é promessa.
Esse ano o “Zé Pereira” de dona Mocinha saiu com duas novidades: a “Maria Pereirinha”, boneco que ela trouxe de Olinda, namorada do “Zé Pereira”, e o som de “paredões” explodindo seus “pancadões” no lugar da orquestra. Faltou grana para bancar a música carnavalesca ao vivo. Os meninos dos “paredões” ocuparam o espaço com os seus “bate-estacas” sem dó nem piedade.
Louve-se o esforço de dona Mocinha em manter viva a tradição do “Zé Pereira” em Itabaiana, lamentando que esse costume festeiro tenha se desvirtuado pela invasão dos tais “paredões”. Em Quixadá, cidade cearense, “paredões” estão proibidos no carnaval. A Defensoria Pública de lá fez com que a Prefeitura assinasse um Termo de Ajustamento de Conduta para fiscalizar a presença desses equipamentos durante a folia. Quem desobedecer, terá seu veículo rebocado e apreendido. Na realidade, o que ofende é o volume do som dos bichos. Incomoda todo mundo. É uma falta de respeito à população.
Quanto ao “Zé Pereira” emparedado pelo mau gosto dessas músicas “bate estaca”, o que dizer? Eles invadem o carnaval, São João, Natal e toda festa de rua. Reflexo da cultura da imbecilidade que domina a sociedade moderna. E da violência inerente a essas atitudes estúpidas de uma juventude vazia.
A verdade é que violentaram o “Zé Pereira” de dona Mocinha. Os verdadeiros amantes do carnaval sentem muito.
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