Mãe que se ausenta
Honradas mulheres, nunca atingidas pelos insultos que seus filhos arrumam nas brigas de rua, quando o rancor reflui de quem insulta ao filho e não contra sua genitora que permanece incólume, ilesa, inatingível e respeitada porque é mãe. A maternidade é como se fosse um imenso sertão fazendo nessas mulheres a fortaleza da acepção euclidiana: A mãe é, antes de tudo, uma forte, mais forte do que a mulher, mais forte do que o homem; força de bondade e graciosidade, seja nas circunstâncias de repreensão, seja nas de afago, porque é mãe.
Mulheres verdadeiras, inteligentes, às vezes, incultas enquanto se escondem apenas na sabedoria popular; outras, charmosas, cultas enquanto exibem o que sabem; balançam os brincos quando falam; mostram os anéis quando gesticulam; cruzam as pernas e salientam os sapatos. Mas todas elas demonstram naturalidade e simplicidade quando são mãe; disso ganham imensurável universalidade: São mulheres que possuem , são mulheres que pertencem; simples como as árvores, cultivadoras dos seus frutos. Só há um lugar onde não se precisa de amor, é onde houver a mãe... Este sentimento leva o adulto ou a adulta à infância, ao reencontro com a mãe que se ausenta para seus filhos crescerem.
Damião Ramos Cavalcanti
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