Erasmo Souto Camilo
As coincidências da vida sempre são um empalho na minha pacata (pei, pei, pei!) existência. Desta vez, porém, foi diferente. No dia em que combinei com Fábio Mozart para escrever esta coluna, aconteceu de a MEGA estar acumulada em mais de 100 milhões de reais. Saio de casa apressado para arriscar dezinho e no trajeto já vou imaginando a minha vida nas ilhas gregas ao lado de três “intérpretes” – uma mulata, uma loura e uma morena. Como medida de precaução e para reforçar o organismo, compro três pacotes de amendoim torrado e sigo comendo... com as cascas (em Itabaiana dizem que é o cão!).
Na casa lotérica, faço uso de duas prerrogativas para ficar na fila dos especiais: gravidez e velhice. Especificamente no caso de “gravidez”, tiro proveito da minha protuberante barriguinha que me dá o aspecto de um pé de macaíba. Quando chega minha vez, observo a “tentação” que vai me atender. Morena sestrosa (ainda se usa isso?), ancas largas, bunda de quem dorme em rede do fundo furado e um sorriso de fechar o comércio, a indústria, a rede bancária e tudo o mais na véspera de Natal. Abro meu olhar mais cativante e resolvo ser generoso:
- Se eu ganhar essa mega sozinho, você quer um carro ou uma casa?
Imperturbável, a morena abre o jogo:
- Pra falar a verdade, eu prefiro casar-me com o senhor...
Um cabra que estava na fila ao lado achou de achar:
- O amor é lindo!
(Do livro SEM-VEIGONHICE DE MATUTO, a ser lançado pelo autor)
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