sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

É muita conversa...


Aparição episódica do meu amigo Biu Penca Preta no centro de Itabaiana. Não tive tempo pra Biu, mas anotei seu pedido: “Fábio, o pessoal ta pedindo o livro com minhas piadas. Vê se escreve esse livrinho pra eu vender e arrumar o telhado de minha casinha, que tá caindo!”.

Biu ainda segue pela tangente da vida. Sessentão, sua aparência joga por terra a tese de que cachaça faz mal à saúde. Corado e em forma, Penca agora só pensa em resolver seu problema existencial: para existir precisa de um teto e o dele está prestes a cair. “Tu conhece a história de minha vida, é muita conversa”, afirma ele.

O cara ganhou fama como personagem de potocas em minhas crônicas amenas. Ele pegou gosto pela fama. Já faz parte da paisagem humana e cultural da terra de Aracílio Araújo, “a máquina de fazer forró”.

Meu amigo Biu é um cara que não esquenta com a vida. Bebe muito, não perdoa uma boca livre, só veste bermuda surrada e camiseta de carnavais passados. Marca presença no escritório de Som onde diz que é contador, mas de fato só de piadas, e faz pequenas cobranças.

Professor Zenito um dia convidou Biu para ser ator na Paixão de Cristo, no papel de soldado romano. Ele e Rossi (o Jesus da peça) tomaram todas e assaltaram a geladeira de Zé Tavares. Conseguiram ser expulsos do elenco.

Essas coisas folclóricas... Mas tudo parece conspirar para que eu realmente procure um patrocínio para editar o livrinho de Biu. Nós dois éramos um time. Eu com um violão velho animando bares suspeitos e Biu com sua cara de pau pedindo cachaça e tira-gosto aos eventuais fregueses.

Por ter me dado suporte nas demandas por assunto em muitas croniquetas nesses últimos vinte anos, devo isso ao meu amigo Biu Penca Preta. Vou organizar “As presepadas de Biu Penca Preta no mundo da fuleiragem”, lançamento muito aguardado em Itabaiana e derredores. E farei isso logo, antes que comecem as chuvas. O telhado de Biu na rua do “Escorregou tá na porta” não segura muito tempo...

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