Biu Penca Preta tinha uma irmã moça que atendia pelo nome de Maria de Lourdes. Era doida pra casar, mas não saía do caritó, até que encontrou um rapaz bem intencionado e mal desenhado, tão feio que chegou a ganhar um concurso de feiúra por telefone. As pernas eram cambotas, a boca meio torta e as orelhas de abano. O cabra tinha partes com jumento, dono de uma manjuba maior do que a peia de Penacho, um tarado que andou fazendo medo na cidade Itabaiana.
Porém Maria de Lourdes cismou de casar com o monstro. Queria nem saber.Tava virando vitalina, o fogo já sumindo entre as pernas e nada de casar. Os pais, para proteger a filha, fizeram uma exigência: examinar, medir e avaliar o tamanho da cobra de Zé Preá, o noivo, como garantia da segurança para a assanhada e inocente Lourdinha, menina que nunca nem viu uma estrovenga de perto.
Submetido à inspeção no órgão copulador de Zé Preá, foram constatadas medidas mais ou menos naturais de largura, comprimento e aparência comum, a não ser por uma tatuagem com quatro letras: BUCO.
Na véspera do casamento, a mãe de Lourdinha fez o que ditava o costume de sua geração de mães: deu os conselhos regulamentares e passou o código: “se seu marido ‘coisar’ com você, diga que ele comeu um bife”.
No outro dia, Maria de Lourdes se apresentou meio descadeirada, mas feliz. “E aí, minha filha, como foi a lua de mel?”, perguntou a velha, adiantando que a filha não precisava entrar em detalhes. “Lembre-se do código que a gente combinou”. E Maria:
--- Mãe, Zé comeu três bifes, uma rabada e ainda lambeu a caçarola. E sabe aquelas letrinhas BUCO? Quando aquilo cresceu tava escrito: ADEUS MEU QUERIDO PERNAMBUCO!
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