“Enquanto não arrebenta a derradeira explosão”

Rômulo Bezerra e este blogueiro, em São José dos Ramos

José Bezerra Filho nasceu em João Pessoa. Funcionário aposentado do Banco do Brasil, é escritor, jornalista, ator, teatrólogo e cineasta.

José Bezerra Filho escreveu e montou espetáculos de sucesso na Paraíba e em outros Estados, como “Enquanto não Arrebenta a Derradeira Explosão”, “O Mundo Louco do Poeta Zé Limeira”, “Zebra do Primeiro ao Quinto”, e “Lampiaço, o Rei do Cangão”, com o qual ganhou o primeiro prêmio do Concurso da Secretaria de Educação e Cultura de Brasília.

Tenho uma relação especial com a obra desse artista paraibano, a quem não conheço pessoalmente. A primeira peça com atores profissionais que tive a oportunidade de ver foi “O Mundo Louco do Poeta Zé Limeira”, um “quase musical nordestino sobre os doidos da Paraíba”, pelo grupo Cactus. Foi na cidade de Pilar. Lembro que viajamos de Itabaiana a Pilar para ver a peça, retornando à noite, percorrendo a pé os oito quilômetros de estrada de barro. O grupo de caminhantes era formado por Zenito Oliveira, Irene Marinheiro, Osório Cândido, Socorro Fragoso, Sanderli Silva, eu e Roberto Palhano.

O espetáculo “Lampiaço, o Rei do Cangão” vi no Teatro Santa Roza, em João Pessoa, na década de 80, com excepcional desempenho do ator João Costa. É um texto sobre alienação, uma comédia que mostra os programas televisivos de perguntas e respostas, comuns na época, sob a perspectiva de um sujeito fanático.

O texto “Enquanto não Arrebenta a Derradeira Explosão”, não vi montado. Desde a primeira vez que li o título deste trabalho, imaginei um conteúdo misterioso, cruel, sutil e cativante. Sabe o tipo da obra para a qual você é atraído pelo título? Passei anos procurando um exemplar do texto de José Bezerra Filho. Encontrei por acaso, no Sebo Cultural, ano passado. Minha impressão? Confesso que frustrante. Envolvido nos mistérios daquele título exuberante e cheio de probabilidades criativas, esperava uma obra-prima.

Recentemente, tive o prazer de conhecer o filho de José Bezerra Filho em São José dos Ramos, na apresentação de minha peça “A peleja de Lampião com o Capeta” pelo Grupo Xudu. Figura simpática, Rômulo Bezerra prometeu levar-me a conhecer o pai. Zé Bezerra Filho é uma figura exponencial do teatro paraibano.