Eu e a família Caranguejo (Foto: Lucas Oliveira) |
Eu no bar de Chico, na companhia de Biu, Val e Tonho (Foto: Clévia Paz) |
Passando na cidade Itabaiana do Norte, encontrei com meu compadre Geraldo Caranguejo e seu filho, Zé Caranguejo. Os dois crustáceos estavam ocupados na tarefa de ajeitar a casinha onde mora Geraldo, na beira do rio Paraíba, invadida pelas águas da última enchente. Nos intervalos, sorviam uma cachaça por nome “Matuta”, que é a bebida mais apreciada por nove entre dez pés-de-cana da terra de Biu Penca Preta.
Instado a fazer parte da farra, consumi duas garrafas da requintada bebida, com tira-gosto de carne de charque assada no álcool, misturada com farinha. A cachaça é um patrimônio brasileiro, respeitada por sujeitos do tipo de Geraldo, pessoa com jeito e índole de palhaço, dos que acham que viver é pura diversão, mesmo nos piores momentos. Com a casa cheia de água poluída do rio e do riacho, Geraldo Caranguejo fazia piada de sua situação. É curiosa a tendência humana de zombar da própria desgraça. O fato é que Geraldo Caranguejo por onde passa faz a festa. Leia minha crônica sobre o compadre Gera: http://fabiomozart.blogspot.com/2010/02/o-carnaval-de-geraldo-caranguejo.html
Seu filho Zé, da família caranguejo, mas com tendência para siri (não gosta muito de falar), também é chegado a uma Matuta. Matutamos por horas, lembrando antigas farras quando éramos colegas ferroviários: eu, telegrafista; Geraldo, manobrador e Zé ajudante de maquinista. Geraldo tem 76 anos de idade, mas nem parece. Vai tomar Matuta ainda por muitos anos, e fazer graça das próprias desgraças.
Depois passei no Mercado Público, no bar de Chico do Flamengo. Tirando o time, Chico é gente boa. Lá estavam três cabras tomadores de Matuta: Biu Penca Preta, Val e Toinho Lourenço. Trata-se de um trio importante na arte de tomar cachaça e conversar merda. Militante-de-carteirinha do time dos admiradores da Matuta, ainda engoli mais duas garrafinhas da condenada, com tira-gosto de galinha ao molho duvidoso de Chico do Flamengo (com licença da má palavra!).
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