terça-feira, 10 de maio de 2011

Cadê o som da terra?


Edglês Gonçalves com Vladimir Carvalho
 Quando Chico César falou que o Estado não iria contratar o forró de plástico, menino, foi um reboliço nesse Estado, não faltou gente para falar, uns apoiando e outros discordando.


Eu pergunto: e nós em Itabaiana teremos o que? Acho que vai ser um forró de lama, das últimas chuvas... Nós da terra de Sivuca não teremos forró nenhum. Quem foi Sivuca? Acho que o único sanfoneiro a levar o Forró as cinco continentes. Terra de quem também? Ratinho (Severino Rangel) um saxofonista fino da sua época, chegou a trabalhar na TV TUPI. E Aracílio Araújo, que é nossa máquina de fazer forró? Vai fazer seu som em outras cidades, que aqui só quem canta é o desprezo e a tristeza de ver nossas tradições se acabando.

Só sei que eu tenho duas alternativas para meu São João: pegar o CD de Marinês e sua gente com meu conterrâneo Frederico Borges emprestado e ouvir em casa, para buscar inspiração para meu novo trabalho cênico na cidade de Salgado de São Feliz com o pessoal do Projovem, ou viajar para algum lugar que tenha uma zabumba, uma sanfona e triângulo, com cabra arrochado que cante “Feira de mangaio”, e eu ficar sonhando que tou na minha Itabaiana de outrora.

Obrigado, meu amigo, pela publicação.
Edglês Gonçalves – Itabaiana-PB


COMENTÁRIO:

Meu compadre Edglês, você que é da roda artística em Itabaiana sempre se lastimando, dizendo que a cultura está se acabando na sua terra que é também o berço de Sivuca, eu aqui peço licença para discordar. A cultura está onde sempre esteve, transformando-se e gerando novos artistas iguais a você próprio. Os nossos artistas estão aí, mesmo com essa situação caótica em que vive a gestão pública na cidade. Com toda essa negligência e falta do mínimo de apoio, nosso teatro sobrevive, tem gente fazendo dança, tem poeta produzindo, tem ceramista criando, e músico tocando. Se prestar atenção, tem pintor produzindo seus quadros e artesão fabricando seus produtos. Nas noites de magia, tem roda de samba, tem maculelê, tem caboclinho e boi de carnaval.


A cultura popular não morreu nem vai morrer. Continua na ativa. Esse povo brincante não morre nem de vergonha por ter uns administradores tão ordinários e desrespeitosos com as tradições populares.





Um comentário:

  1. Tem Muita gente falando aquilo que não deve!
    Eu sou Lucas Oliveira, Sou cantor, compositor Itabaianense e tenho o enorme Prazer de discordar deste comentário sem Fundamento, o senhor Edegles Gonçalves tem toda razão, pois a Cultura de Itabaiana não tem nenhum apoio de gestores públicos, se não fosse os componentes do Ponto de Cultura Cantiga de ninar o que seria, tenho ao mesmo tempo o prazer de parabenizar o senhor Edglês Gonçalves pela sua iniciativa em divulgar a cultura da nossa terra, junto com Fabio Mozart, Clèvia Paes, Das dores neta, enfim entre outros e da próxima vez que vossa Senhora Precisar Comentar, que comente mais com Fundamentos e, além disso, Colocando seu nome embaixo, pois Assim Fica difícil, Reconhecer-mos Um Indigente.
    Um grande abraço !
    LUCAS MARTINS DE OLIVEIRA

    ResponderExcluir