Cacá (esq.) e Luiz (direita), dois professores nota dez |
Quando vou a Itabaiana, fico mais perdido do que calcinha em lua de mel. Não conheço quase ninguém. Ontem encontrei com amigos da minha geração, tomando cerveja na barraca de Ponei. Os professores Luiz e Cacá. O último ensaiou um discurso contra o descaso do Governo pela educação. Paga-se mal ao professor, e as escolas estão longe do ideal. Meu compadre Luiz Paraíba curte satisfeito sua aposentadoria do pó de giz, tomando sua cervejinha e declamando versos de Zé da Luz.
Lenta e pouco resolutiva, minha cabeça não entendeu o comentário de Ponei sobre a política local: mesmo com todo desgaste, a prefeita Dida ainda fará seu sucessor na pessoa de Fábio Rodrigues. Se não for atropelado pelo PMDB, que em Itabaiana é uma espécie de paixão popular desenfreada e sem sentido, como o amor do povão por um time de massa. Uma terceira via não terá chances, segundo Ponei.
Luiz Paraíba me ensinou uns remédios caseiros para a artrose no joelho. Chá de gergelim preto com sementes de girassol.
Com suas glórias e misérias, Itabaiana ainda é um lugar bom de se morar. Desde que o suplicante seja aposentado, sem filhos pra dar educação e trabalho. Comentário do rapaz do taxi alternativo: aqui em Itabaiana só tem três opções como meio de vida: dirigir lotação, chaleirar político e viver de migalhas da Prefeitura ou entrar no mercado de trabalho tenebroso dos ilícitos, aí incluso o comércio ilegal de cigarros paraguaios, a prostituição ou falsificação de bebidas.
De qualquer forma, a nova geração está na rua, sem líderes nem liderados, com medo do desemprego e da falta de perspectivas numa cidade que já foi pujante. Falta aparecer alguém que pense com seriedade e compromisso o futuro da cidade. E chamar a população a pensar um modelo de desenvolvimento, além das futricas e safadezas da politicagem comum.
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