sábado, 4 de setembro de 2010
Vereadores de Cabaceiras soltam os cachorros em riba do leão
Paulo Farias, Presidente da Câmara de Cabaceiras
A respeito da crônica sobre o livro de Rui Vieira, recebi duas mensagens dos vereadores de Cabaceiras. Resumo:
Caro Fábio: o livro em questão e seu conteúdo não incomodaram nossos vereadores, eles até deram boas gargalhadas, assim como eu. Mas com certeza não é o tipo de cultura que deve receber incentivo de uma instituição pública. Sair em defesa do autor é desnecessário, ninguém fez nenhuma crítica a ele. Aliás, você na verdade é suspeito em defender o Sr. Rui, já que foi por intermédio dele que conseguiu publicar o seu livro, então não é uma opinião isenta. Tem mais Fábio: em nossa cidade existe todo tipo de gente, como em qualquer lugar, e assim tem os que gostam desse tipo de literatura e aqueles que coram ao ler, portanto, uma obra que recebe apoio público, onde está impresso o brasão de armas do município, tem que contribuir de alguma forma com a cultura do município e não constranger ninguém, ou não fará sentido receber o apoio da prefeitura, e eu duvido que você ou o autor encontre algo neste livro que contribua com a cultura local.
Júnior Pombo (Cabaceiras/PB)
É muito fácil fazer um comentário levado pela emoção e pela falta de conhecimento da realidade local. Moramos num município que a maioria da população nâo tem acesso em suas casas a serviços básicos como água encanada, esgotos e calçamentos. Estamos há quase um ano sem fisioterapeuta e o médico do PSF está de recesso.
Mas respondendo à sua observação, vamos aos esclarecimentos: O poeta Rui Vieira foi colega do Prefeito na época em que foram funcionários no Banco do Brasil e é inegável que o Prefeito Ricardo Aires quis fazer um agradinho ao colega, mas poderia ter feito com recursos próprios e não com recursos públicos tão minguado do nosso Município, já que o Brasão Municipal estampa na parte dos apoios. Mas o Prefeito nega com veemência qualquer incentivo e desafia a oposição provar que houve gastos com dinheiro público. É ai que mora o câncer da corrupção, onde é mais fácil utilizar um laranja para efetuar um pagamento do que enfrentar a opinião pública.
Quanto ao livro, falo tranquilamente, está muito longe de ser uma obra que possa comparar com as obras do Grande Gregório de Mattos e eu acho totalmente descabível ser patrocinada por nossa Prefeitura, já que esse escritor não tem nenhuma ligação com nossa cidade e nossos escritores cordelistas locais não conseguem nem falar com o prefeito porque mora noutra cidade (Campina Grande). Você que nos acusou de puritanos e até ignorantes, deveria aprofundar mais seus conhecimentos quando você fala de uma realidade provavelmente diferente da sua, pois, não baixamos nenhum decreto proibindo o livro e só criticamos o gasto com recursos públicos nesse livro que nada tem a contribuir com a rede municipal de ensino do nosso município que recebe, como outros pequenos, o menor duodécimo do país.
Paulo Farias (Vereador Presidente da Câmara Municipal de Cabaceiras/PB)
Senhor Pombo:
Sem querer julgar vossa senhoria, duvido que esteja em condições de distinguir o que é ou não uma obra de arte. Essa paranóia com a arte provocante, inquietante, não é privilégio de vocês. Aqui em João Pessoa, uma vereadora propõe que os seus colegas parlamentares avaliem esculturas antes de serem expostas em vias públicas. Não falo com relação ao senhor Pombo, a quem não conheço, mas grande parte dos chamados parlamentares mirins são a prova de que a anencefalia nem sempre é uma doença mortal.
E senhor Paulo Farias:
Reconheço o esforço do nobre vereador para bem exercer seu papel de fiscal da gestão pública. Peço desculpas publicamente se alguma afirmação minha feriu a suscetibilidade de alguém. Pesquisando na internet, vi que você critica o prefeito por ter contratado a banda Aviões do Forró, pagando alto cachê e deixando de valorizar a cultura local. Seu posicionamento merece aplausos. Quanto ao livro de Rui Vieira, esse poeta é autor do “Dicionário Temático da Poesia Popular Nordestina” e um dos maiores especialistas do tema no país. Não é um qualquer “zé ruela” comedor de toco de prefeitura desprefeiturada.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Pois é, está perdendo tempo atoa discutindo com "povinho" de uma cidade no qual o "Rei" é um Bode!!! e que se orgulha de ser comparada como A Roliúde Nordestina! Como eles podem reclamar de Bandas de forró que vem de outras culturas? Como eles podem avaliar uma obra no seu sentido objetido e subjuntivo?
ResponderExcluir