segunda-feira, 19 de julho de 2010
No dia da caridade, abram alas pra nobreza
Marluce Luna Freire
Hoje, 19 de julho, é dia da caridade. Mas não é de caridade que pretendo falar hoje, embora o foco da matéria esteja morando numa instituição filantrópica, a Vila Vicentina em João Pessoa, casa de assistência social que abriga pessoas idosas. É lá onde mora dona Marluce de Luna Freire Jansen, uma matrona respeitável pela tradição de sua família e pelo nobre proceder. Foi ela quem me passou informações importantes da família Luna Freire, fundadora da cidade de Mari. Muitos dos seus conhecimentos em relação à família foram aproveitados no meu livro “Biu Pacatuba – um herói do nosso tempo”, contando fatos e perfis de Mari e Sapé.
O escritor Antonio Freire, no seu livro “Araçá dos Luna Freire”, informa que os Luna Freire constituem-se antiga família de Pernambuco, com ramificações na Bahia, procedente de Macário de Luna Freire [1808, PE - 1882]. Na Paraíba, concentraram-se na região do litoral. Foram os fundadores e construtores da civilização mariense.
Dona Marluce tem 84 anos, é viúva de Luiz Gonzaga de Figueiredo, nascida em Patos, filha do coronel Vicente Jansen e de Alzira de Luna Freire Jansen, casal que botou no mundo 18 filhos. Ficou deslumbrada com as narrativas contidas no meu livro sobre sua família, reconhecendo muitos dos personagens ali descritos. A primeira professora de Mari, Carminha Luna Freire, é sua prima em terceiro grau. Essa mestra pioneira foi casada com Joaquim de Luna Freire, seu primo. Apolinário Luna Freire, outro personagem do livro, é seu tio.
O retrato que dona Marluce me fez de sua família durante várias entrevistas denota objetividade e exatidão. Sua lucidez e modos aristocráticos aumentavam a cada sessão, de modo que ela exclamou quando fiz esse comentário: “continue sempre me visitando, quem sabe eu acabo novamente menina, nisso de remoçar a cada mergulho no meu passado.”
O produto final agradou à ilustre representante dos Luna Freire. Ela disse que já leu o livro duas vezes. Afinal, tem à sua frente o melhor de sua vida e dos seus parentes, em meio a antigo fausto e modos de vida hoje anacrônicos, mas que forjaram nossa cultura. Muitos anos de vida para dona Marluce, a mais nobre e ilustre fonte do meu humilde livrinho sobre as lutas do povo na várzea do Paraíba e a saga dos pioneiros.
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