terça-feira, 27 de julho de 2010
Em obediência à Legislação Eleitoral, suspendemos, temporariamente, o espaço para comentários, fazendo exceção ao relato do caso do eleitor cagão
Meus amigos e inimigos, o caso é sério. Jamais se ouviu falar de um protesto eleitoral de tal feitio. Eu lembro que no tempo da cédula de papel gostava de votar nas gostosas da minha cidade. Um desses sufrágios: “Voto em Gorete, a moça que não dá a bunda, mas faz boquete”. Outro: “Meu voto é de Edinha, a menina que é de todos, nem é tua nem é minha”. Teve um cabra safado que votou na periquita da mulher do Presidente da Mesa Apuradora, foi o maior auê.
Meu amigo Dalmo Oliveira, seu senso de liberdade é foda! Se pudessem, os caras do sistema retornavam de novo a escravidão só para sacanear o negão Dalmo, um cara que pratica o abstencionismo eleitoral ativo. Dalmo vai às ruas demonstrar sua insatisfação com esse cabaré político-eleitoral.
Crime eleitoral é eu ter que aturar esses cornos políticos mentindo na minha TV, na minha rua, no meu espaço.
Leiam o relato do Dalmo e depois a letra do samba “Comunidade Carente”, de Zeca Pagodinho:
Caro escriba leonino,
Esse post sobre a obrigatoriedade do voto me fez lembrar um tempo bom aqui no Geisel, lá pros finais dos 80's, quando eu e Zuma nos vestíamos de palhaços, ou de burguês e operário, um arrastando ou outro com corrente no pescoço, para votar na mesma Zona Eleitoral do colégio estadual, vizinho à casa de Tia Neves. Era sempre um protesto bem-humorado contra a obrigatoriedade do voto. Numa ocasião fomos até alvo de matéria televisiva feita pelo colega Gilson Renato (na TV Tambaú, àquela época).
Era um dia festivo, regado a cerveja gelada o resto do dia (nas intucas) na casa do velho Freitas. Naquele tempo compúnhamos o Coletivo Anarquista de João Pessoa (CAJP) que durou 93/94, uma agremiação cheia de anarcopunks e revoltados de vários matizes. A diversão da galera era limpar o cu com a cédula de papel ou meter cola pra estragar as outras que já estavam na urna. Pense numa vingança! Kkkk
Comunidade Carente:
Eu moro numa comunidade carente
Lá ninguem liga prá gente
Nós vivemos muito mal
Mas esse ano nós estamos reunidos
Se algum candidato atrevido
For fazer promessas vai levar um pau
Vai levar um pau prá deixar de caô
E ser mais solidário
Nós somos carentes, não somos otários
Prá ouvir blá, blá, blá em cada eleição
Nós já preparamos vara de marmelo e arame farpado
cipó-camarão para dar no safado que for pedir voto na jurisdição
É que a galera já não tem mais saco prá aturar pilantra
Estamos com eles até a garganta
aguarde prá ver a nossa reação
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