sábado, 26 de setembro de 2009

JÁ chega de desrespeito, diz a mulherada


Vênus, a deusa do amor, cobrindo o sexo na pintura de Ticiano (1538). Na época, o feminismo ainda estava engatinhando.

Um grupo de mulheres lideradas por Betânia e Mabel, do Coletivo Insubmissão, de João Pessoa, foi reclamar ao jornalista Walter Galvão, editor do tablóide sensacionalista JÁ, da forma “desrespeitosa” com que é tratada a figura da mulher no citado jornaleco. Todo dia sai um mulherão na capa, servindo de atração para os manés, leitores das classes C e D, conforme os padrões estatísticos orientadores da mídia. Para esses altos estudos do comportamento da população, pobre gosta mesmo de fofoca, mulher nua, futebol e violência, matérias abundantemente oferecidas no pasquim do senador Roberto Cavalcante.

Para as meninas, João Pessoa já está no mapa do turismo sexual e tráfico de menores para prostituição na Europa e em outros recantos do mundo, sendo esse tipo de publicação, além de achicalhe com a mulher, uma forma de promover esse tipo de comércio do sexo. Walter Galvão é um cara sério, jornalista de muito conceito no Estado, intelectual de formação humanista. Mas precisa ganhar a merreca de comprar o pão de cada dia. Seu patrão manda que ele comande um jornal onde a mulher é mostrada apenas como objeto de prazer, ferramenta para aumentar as vendas desse produto de comunicação, enfim, uma opção editorial mercantilista como outra qualquer, sem envolvimento com questões éticas. Na faculdade onde obteve seu diploma, o jornalista Walter Galvão talvez tenha abordado essa faceta do jornalismo, onde o veículo divulga e explora em tom espalhafatoso matérias capazes de emocionar ou escandalizar o leitor. O professor deve ter condenado esse tipo de jornal, mas na vida real os valores são relativos.

O jornal citado é a principal fonte de informação do povão de João Pessoa, onde circula. O assunto é polêmico para mais da conta. Achando pouco, meu compadre Maciel Caju bota lenha na fogueira do debate, mandando as mulheres ofendidas reclamar do redator de um livro muito popular também nas classes sociais por onde circula o JÁ, ou seja, a Bíblia. Misturar um jornaleco sensacionalista com o livro sagrado dos cristãos é provocação ou não é? Para começar o blá blá blá ético-religioso-jornalístico-feminista, ele debulha trechos da Bíblia onde a mulher é tratada como o cocô do cavalo do bandido:

Deus disse à mulher: "Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará".
-Gênesis 3:16


Se uma mulher der à luz um menino ela ficará impura por sete dias. Mas se nascer uma menina, então ficará impura por duas semanas.
- Levítico 12:2-8



"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém ao Senhor"
- Colossenses 3:18


As mulheres devem ficar caladas nas assembléias de todas as igrejas dos santos, pois devem estar submissas, como diz a lei.
- I Coríntios 14:34


Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará.
- Números 5:20-27


Se uma jovem é dada por esposa a um homem e este descobre que ela não é virgem, então será levada para a entrada da casa de seu pai e a apedrejarão até a morte.
- Deuteronômio 22:20-21


"É melhor alojar-se num canto do terraço, do que com mulher rixenta em casa espaçosa".
- Provérbios 25:24


"Aquela que é verdadeiramente viúva e desamparada, põe em Deus a sua esperança e persevera, noite e dia, nas súplicas e nas orações. Aquela, porém, que se entrega aos prazeres, mesmo vivendo, está morta. "
- I Timóteo 5:5-6


Que a mulher aprenda em silêncio, com total submissão. A mulher não poderá ensinar nem dominar o homem.
- I Timóteo 2:11-12

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