segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Antonio Santiago versus José Silveira


Marechal Henrique Teixeira Lott ganhou com a UDN em Itabaiana

A escritora paraibana Maria José Limeira escreveu uma biografia do político itabaianense Antonio Batista Santiago, que foi prefeito e deputado estadual. Em um dos capítulos da obra, ela se refere às eleições majoritárias de 1955 para a escolha do Presidente da República, governadores dos estados e prefeitos. Foi nessa eleição que surgiu o líder populista José Silveira, um proprietário rural que se candidatou pelo Partido Social Democrata – PSD – contra a União Democrática Nacional – UDN – capitaneada em Itabaiana pelo médico Antonio Batista Santiago, apoiado pelos fazendeiros. Zé Silveira “entendia a linguagem das massas”, andava de alpercatas, sua marca pessoal. Ele se fazia presente nas vilas, nos subúrbios, mobilizando o povo, prestando pequenos favores, enfim desempenhando o papel de um autêntico populista e inflamando a opinião pública, principalmente nos segmentos mais pobres. Virou o “pai da pobreza”.

Mas não foi fácil vencer Antonio Santiago naquela eleição. Depois de uma campanha inflamada, os dois políticos se transformaram em inimigos pessoais, ódio que fez história em Itabaiana por muitos anos. O PSD também fez o vice-prefeito, que naquela época era também votado, sendo eleito o jornalista José Cecílio Batista Filho contra José Rodrigues de Lima. Juscelino ganhou para Presidente da República e José Américo de Almeida para governador da Paraíba.

Em 1960, o candidato a presidente Marechal Lott obteve 2.936 votos; Jânio Quadros 1.855. Para governador, Janduhy Carneiro somou 3.290 votos contra 1.945 dados a Pedro Gondim. Jânio ganhou na Paraíba, mas em Itabaiana a UDN mostrou força naquela eleição.

Por trás de José Benedito da Silveira atuava seu irmão Mário Silveira, na condição de deputado, oferecendo-lhe sustentação política. Zé Silveira andava de alpercatas, bebendo com as pessoas simples pelos botecos, participando de vaquejadas e atendendo à população pobre, que o adorava. O seu adversário, Dr. Santiago, era exatamente o contrário: andava engravatado, terno escuro, cara fechada e nenhuma disposição para agradar ao populacho. Era um homem honesto, mas intransigente. Seu ódio pelos Silveira somente cessaria pela violência, com o assassinato de José em 1962, por um membro da família Veloso Borges, também arqui-rival de Zé e Mário Silveira. Santiago fechou sua vingança com a cassação do deputado Mário Silveira em 1969.

Um comentário:

  1. JOSÉ ROBERTO ALMEIDA14 de outubro de 2010 às 16:21

    FOI UMA GRANDE COVARDIA A MORTE DE JOSÉ SILVEIRA ITABAINA PODERIA SER BEM MELHOR SE ESTE GRANDE HOMEM ESTIVESSE A FRENTE DO PODER EXECUTIVO.

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