quarta-feira, 21 de abril de 2010

O gato, esse sacana disfarçado


Com gato não tem meio termo: ou você odeia ou adora. É na base do “ame-o ou deixe-o”. E deixam mesmo os gatinhos enjeitados nas portas, nas moitas. Quem gosta de gato enumera as vantagens de se criar esses felinos domésticos: esquentam nosso colo; transformam objetos comuns em brinquedos; nos deixam mais atentos aos pássaros; funcionam como alarme; exibem acrobacias; enfeitam o peitoril da janela; mantêm os ratos longe; nos fazem sorrir; inspiram poetas e escritores; compartilham o seu ronronar; instruem na arte de se espreguiçar; fazem com que até nosso sofá velho pareça bonito; mostram-nos como levantar a poeira e dar a volta por cima.
Quem torce o nariz para os bichanos acusa-os de preguiçosos, interesseiros, indolentes, porcalhões, arruaceiros e danificadores do patrimônio alheio, especialmente telhados.


A história do relacionamento desses bichinhos com os seres humanos remonta há 4 mil anos antes de Cristo, quando os egípcios domesticaram essas feras para controlar as pragas de ratos que acabavam com os estoques de grãos. Os gatos deram um show nessa tarefa, tanto que foram até considerados sagrados pelos seus adestradores. Na Roma antiga, eram considerados símbolos da liberdade.
A Igreja Católica cismou que os bichanos tinham parte com o satanás. Durante a caça às bruxas na Europa, centenas de milhares de gatos foram mortos sob a acusação de terem um pacto com o demônio. Então, o demônio foi à forra: de repente os ratos passaram a reinar e as pestes assolaram o continente. Só a peste negra, transmitida pela pulga do rato, dizimou cerca de um quarto da população europeia em meados do século XIV. A partir do século XIX, o gato voltou a ser exaltado - até por escritores como Victor Hugo e Baudelaire.

Como animais domésticos, os gatos são considerados pets ideais, tanto para apartamentos como casas; não são ruidosos, não precisam ser levados para passear, comem pouco, são extremamente limpos, agradáveis e afáveis, sendo muito companheiros e fiéis a seus donos. Tenho outros conceitos a respeito desses bichos, mas é assim que os seus admiradores os veem.

Aqui em casa tem dois gatos, o Nino e o Zezé, pai e filho. Eu os odeio e eles sabem disso. Só que os sacanas são adorados pelos demais moradores da casa. Eles só precisam manter distância de mim para evitar possíveis safanões ou petelecos na orelha. O resto é só sombra, água fresca e ração à vontade, carinho e afeto. Eles fingem retribuir a atenção dos donos. Hipócritas como político do olho de vidro, que chora pelo olho falso.

Um comentário:

  1. Olá,eu postei o teu artigo no meu Facebook,eu achei lindo!
    Adoro gatos!

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