sábado, 5 de junho de 2010

Má reputação do porco atinge parlamentares


Mensagem recebida do Padre Josiel, de Mari, em decorrência da crônica “O padre brega”, aqui publicada.

Caro colunista Fabio Mozart:
Sou o padre Jardiel e estou em Mari a 11 (onze) meses. Mari é uma terra de gente humilde, agrícola e cultural. Além da formação de padre (Filosofia e Teologia), tenho licenciatura em História; Especialização em História do Brasil, e sou Bacharel em Direito. Procuro e me esforço em transmitir uma mensagem que o povo possa entender, sem perder, é claro o brilho da retórica, que para mim é muito relevante. Em um exemplo, um caso engraçado que aconteceu comigo (numa refeição bem sofisticada), comentei para quebrar o protocolo dos avisos da celebração, "que gosto de coisas simples..."dai usei o vocabulário da minha mãe (in memoria)....coisa "brega", ou seja, o mais simples possivel. Não estava pretendendo causar uma polêmica filológica. Mais tudo bem, quando se pega uma frase fora do contexto, acontece interpreções e literaturas vastas.

Estou lhe escrevendo não para reclamar, a propósito, gosto de ler seus artigos: são coerentes... parabéns. Mas quero só entender, pois para mim ficou um tanto tendencioso esse fragmento, que segue em negrito e sublinhado:
"Leio na coluna de Josa que o padre Jardiel, de Mari, revelou na missa matinal que gosta de coisas bregas. “Eu gosto de coisas bregas mesmo. Barriga de pobre só dá certo com essas coisas simples, se for negócio sofisticado demais, não aguenta. Então é bom comer bolachas três de maio, sete capas, essas coisas assim”, revelou Jardiel. Recentemente, ele recebeu votos de aplausos da Câmara Municipal da cidade. Um sujeito metido a espírito de porco já foi logo dizendo que os vereadores são uma confraria de bregueiros. Mas o que é brega mesmo? O dicionário diz que brega é um gênero musical de cunho popular."

Agradeço a vossa atenção.

Pe. Jardiel Sátiro.
Administrador paroquial de Mari

Padre Jardiel:

Os vereadores, e os parlamentares em geral, são uma classe muito visada pelo povo. A credibilidade desses senhores e senhoras está no nível muito baixo perante a opinião pública, portanto tudo o que eles fazem é motivo de crítica, gracejo e desconfiança. É que esse povo não dá milho a pinto nem ponto sem nó, conforme reza o provérbio popular. Se eles elogiam alguém, é pensando em algum retorno, em votos ou em prestígio junto ao povão, o que dá no mesmo. Essa atitude é de muito mau gosto, sem nenhum refinamento moral. Por isso que são bregas, com as exceções de sempre.

Esse não é meu ponto de vista, e sim da maioria da população, revelado por pesquisas de opinião pública. A instituição mais respeitada e acreditada no país é a igreja católica, ainda segundo essas mesmas investigações.

Mas assim é a maledicência da plebe. Jogam lama em tudo, espinafram as estruturas sociais, nada escapa à sanha do populacho ignorante. Nessa torrente de lama, vai até o inocente, o homem público honesto e probo. Tudo para justificar a Santa Palavra: “Eis que o justo é punido na terra, quanto mais o ímpio e o pecador”. (Provérbios 30:11)

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