quarta-feira, 2 de junho de 2010
Antologia satírico-sexual
José Augusto de Brito é um poeta e cronista de Pilar, recentemente falecido. Escreveu este soneto no livro “Vidas paralelas”, sobre a tristeza do ocaso do homem.
O VELHO
Como criança com medo de escuro,
Tem infantil pavor da solidão,
-Um velho abandonado é muito duro...
E seria melhor viver sem pão,
E ter amigo e um carinho puro,
Que na hora da dor lhe desse a mão.
Velho é um barco à deriva, inseguro,
Em um mar de incerteza e ingratidão.
Tudo quanto queria foi embora:
A companheira fiel de cada hora,
E tudo, tudo o mais que quis no mundo.
Agora é tarde e a noite vem chegando,
Triste como uma candeia alumiando
O derradeiro olhar de um moribundo.
Parodiando meu compadre Rui, o poeta da safadeza, segue abaixo mais uma pérola da “antologia satírico-sexual” deste ilustre pseudo-tarado-machista que vos escreve:
Mito sacana
Ao se deitar geme “ai!”
Quando levanta diz “ui!”
Partindo pra safadeza
Igual ao amigo Rui,
O poeta fescenino
Diante disso conclui:
Corno foi quem inventou
Essa cruel inverdade
De afirmar que o velho
Goza de felicidade
É mais um mito sacana
Esse da melhor idade.
Melhor idade era quando
Eu tomava carraspana,
Gozando muita saúde
Abusando da banana
Com tudo que era fêmea
Na zona de Itabaiana.
A melhor idade foi
Quando eu comia aranha
Com o bilau firme e forte
Sem compromisso e sem manha.
Hoje, boi velho e mole,
Até das vacas apanha.
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ResponderExcluirQuem espera sempre alcança!
E quem corre -cansa?
E quem fica -como avança?
Quem anda alcança...
A criança é a esperança;
E o velho o que será?
O velho que foi criança
Já não pode traquinar...
Tem vontade mais não pode
O velho que se sacode!
Com vontade de brincar.
Alguém que para, alguém que corre;
A esperança nunca morre!
Esperem que eu chego já.