domingo, 6 de dezembro de 2009

O filho do raizeiro que ama suas raízes


Itabaiana é o lugar do Brasil onde respiram mais poetas por metro quadrado. Agora mesmo meu compadre poeta Antonio Costta está lançando sua Coletânea Poética com mais de 200 páginas. Descubro no ambiente da grande rede outro poeta que saiu daqui para morar em João Pessoa, meu compadre Sarderli Silva, que assina Sander Lee, mal escondendo sua admiração pelo país do Tio Sam, sem, entretanto, deixar de gostar da cultura de raiz do Nordeste brasileiro. Como cultor das nossas mais belas manifestações artísticas, Sanderli, ou Sander Lee, escreve poesia de cordel, sonetos e outras variedades. No passado cometeu outros desatinos artísticos, como ator do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana – GETI, fazendo o papel da Besta-de-sete-léguas na minha peça “A Peleja de Lampião com o Capeta”.

O poeta é filho do líder camponês José Ferreira, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itabaiana por muitos anos, conhecido pela sua fama de prático na medicina popular, onde corpos e espíritos são inseparáveis, como atestam nossas rezadeiras, curadores, raizeiros, pajés e mães-de-santo. O pai de Sanderli era craque em desfazer o sofrimento dos humildes rurícolas que se queixavam de quebranto, micróbios, vermes, encosto, praga rogada e osso rendido, entre outros males do corpo e da alma. Zé Ferreira hoje é uma lenda como detentor da riqueza que são os saberes da medicina popular. Já falecido, Ferreira deixou Sanderli para cantar as belezas da terra comum.

Leitor do meu blog, Sanderli mandou dizer: “como ex-dirigente da Sociedade Amigos da Rainha, ex-Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz, conheço de perto a luta do poeta e dramaturgo Fábio Mozart. Por onde passou, abriu caminhos e investiu na cultura brasileira. É um desbravador. Quantas vezes o vi usar o próprio salário empreendendo a arte. Sempre foi e será um referencial para a minha geração”. Isso ele disse em relação ao Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, para no fim exclamar nostálgico: “Deu-me uma saudade da minha Itabaiana!”

Outro poeta, esse nascido em Pilar, mas foi Itabaiana que lhe deu régua e compasso, no dizer famoso do mestre Gilberto Gil, nosso compadre Damião Cavalcante assim opinou sobre a feira de artesanato que estamos planejando: “Prezados conterrâneos, excelente ideia e elogiosa iniciativa a de criar, em Itabaiana, a “Feira Permanente de Cerâmica”. Sempre achei que Itabaiana poderia ser o centro turístico da cerâmica com um decisivo apoio da Prefeitura, inclusive o de albergar mestres dessa arte para dar (também de modo permanente) aulas à nossa juventude sobre esse tipo de arte”.

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