quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sobre o caso da censura


Já sofri restrições no meu direito de expressão antes. No teatro, inclusive. Tive textos censurados pela Polícia Federal e até por um arcebispo. No rádio, fui preso pelo delito de opinião. Isso de restringir a prerrogativa de livre manifestação é comum em países atrasados e primitivos como o Brasil.

Agora, um blogueiro tirou do ar crônica minha onde faço algumas gozações com antigos companheiros de Mari. Um dos citados na crônica ameaçou me processar, e o blogueiro temeu diante da possibilidade de entrar no “bolo”.

Recebi algumas mensagens sobre o caso, que considero menor, “tempestade em copo d’água”, como diz meu companheiro Jota Alves, radialista de Guarabira. Jotinha garante que está solidário comigo, dizendo-se decepcionado com o editor do blog que, segundo ele, “aceitou passivamente retirar a crônica do ar, transformando-se em partícipe da censura”. Diz ainda Jota Alves que o rapaz traumatizado pela crônica deveria escrever um texto contando sua versão sobre as “presepadas”. Jotinha, você aí quer tirar leite de pedra! O rapaz em questão desconhece essas técnicas.

A leitora Ana Maria Gonçalves mandou dizer que eu “deveria me portar de forma íntegra e honesta na blogosfera, pois, ao contrário do que parece, a internet não é brincadeirinha de criança, ela cria e destrói reputações, gravadas para sempre no mundo digital”. Respeito a opinião de Ana, dizendo que já enviei meu pedido de desculpas ao rapaz mencionado na crônica. Se foi citado em uma história ficcional, foi mais como uma homenagem.

Aqui eu sou lido por pessoas sensatas, e confio no discernimento de meu leitor quando se trata de notícias absurdas, quase sempre pouco verossímeis, como a que contei na crônica censurada. Rir de si mesmo é próprio das pessoas equilibradas.
“Não perca tempo com isso”, aconselha o camarada Marcos Veloso. O leitor Abel Gomes lascou essa ironia cheia de finíssimo humor: “veja que na lenda bíblica, Deus preferiu Abel que pastorava ovelhas ao Caim que cultivava a terra, num claro preconceito contra os agricultores, culminando com a CPI do MST. Portanto, a lenda é uma narrativa de matéria supostamente verdadeira. Não se pode distinguir o que é verdade do que é mentira numa lenda. Todos os folclores estão repletos de lendas, e essas pessoas que você citou são figuras folclóricas de sua cidade, portanto...”.

É como diz o meu compadre Benjamim de Campina Grande: “Toca do Leão não é esconderijo, é canto de repouso e fonte de energia-sabedoria”.

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