Li não sei onde que o escritor inglês George Orwell resumiu as quatro razões que levam um sujeito a escrever, que são o egoismo, o entusiasmo estético, o impulso histórico e o propósito político. O cara egoísta escreve para aparentar sabedoria e ser admirado. Já o que escreve por entusiasmo estético, o que quer mesmo é dividir com os outros suas experiências literárias. Quem escreve por impulso histórico é aquele pesquisador, na ânsia de descobrir os fatos verdadeiros. Os doutrinadores escrevem com propósito político, no intuito de “fazer a cabeça” dos seus leitores sobre a sua ideologia.
Eu penso que escrevo por impulso histórico. Tenho vontade de guardar para a posteridade os fatos que vivenciei. Não sou nenhum historiador, apenas um sujeito nostálgico, preocupado com as novas gerações, nitidamente incapacitadas de refletir sobre seu passado por falta de elementos históricos que as introduzam no passado de sua própria comunidade.
Sobre isso, recebo mensagem do professor José Lusmá Felipe dos Santos, que morou em Itabaiana na década de 70. A partir do parêntese, com a palavra o nosso Poty, como é mais conhecido:
“Parabenizo-o por divulgar as notícias de ontem e de hoje de nossa terrinha, Itabaiana. O meu interesse por artes cênicas começou muito antes mesmo da criação do grupo de teatro de improviso (era assim que nós chamávamos o grupo de teatro experimental) do Colégio Estadual Dr. Antonio Batista Santiago. Esse grupo se reunia semanalmente, preferencialmente aos sábados, e chegou a levar uma peça de improviso no auditório do Colegio Estadual, no dia dos funcionários públicos, no ano de 1973, e tinha como foco a entrada inesperada de um "bebum" (Poty) em uma festa. Era um grupo muito pequeno, umas onze pessoas. Só me vem à memoria os primeiros nomes de algumas pessoas, Palhano, Sueli e David, que tem frequentemente lhe escrito.
Voltando ao tempo antecedente ao de 1973, nos idos de 1965 a 1968, no antigo Ginásio Estadual de Itabaiana (GEI), através de seus diversos grêmios literários, desenvolvemos diversas atividades nas artes cênicas. Lembro das peças “O Jovem Filho Pródigo”, uma adaptação da parábola bíblica do filho pródigo, como também uma montagem da peça “O Boi e o Burro a Caminho de Belém”, de Maria Clara Machado, entre outras pequenas encenações, além de declamações de alguns clásssicos da poesia brasileira e francesa - estas com versão em português, dança, pintura e canto orfeônico. O grupo de canto orfeônico do GEI sempre brilhava no dia do noitário de maio do Ginásio Estadual em nossa Igreja Matriz - era um sucesso, e sempre esperado pelos fiéis católicos!.
Todas estas atividades foram desenvolvidas com o incentivo de Diretor do GEI, Doutor José Francisco de Almeida - também Promotor Público - e de sua esposa, Professora de Música, exímia no piano, Dona Gilka. Foram anos que propiciaram a revelação de valores, como José Gonçalves (Brasinha), Werber Veloso e José Maria Filho, músicos. A lista é imensa, que prefiro não declinar para não cometer injustiças. Eles próprios virão, neste espaço por você criado, prestar seus depoimentos do tempo da brilhantina!
Quanto, a mim, por força da atividade de funcionário público, me limito a atuar na sala de aula, como facilitador do SEBRAE-PB e professor de cursos de pós-graduação na área de Gestão Pública. Espero que este outro filho adotivo da terra, Romualdo Palhano, venha também brilhar nas terras lá do Norte de nosso país”.
Poty (José Lusmá Felipe dos Santos)
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