segunda-feira, 4 de abril de 2016

Sobre blogues, avanços e recuos da humanidade


Este blog Toca do Leão nasceu em 2007. Tem, portanto, nove anos de informação e opinião, humor, literatura e o que eu achar que deve ser publicado. Ultimamente, a Toca tem sofrido queda brutal de leitores. Acho que é por causa das redes sociais. Leitores de blogues estão migrando para o Facebook, Twitter, Instagram e outras paradas do mundo cibernético. Isso não tem importância, porque não vivo de audiência. Faço por satisfação pessoal e, em regra, utilizo essa ferramenta como uma terapia.

Agradecendo mais uma vez aos que visitam diariamente esta Toca, quero compartilhar um lance comunicacional que achei meio mágico, eu que sou da geração das cartas postais e dos telefonemas inaudíveis. Seguinte: escrevia um folheto sobre o ativista político e cultural Chico Veneno, da minha cidade Itabaiana do Norte. No momento mesmo em que estava compondo os versos do cordel, fiz contato via internet com a viúva do Chico, na Holanda, e suas irmãs na Paraíba. Foi fascinante trabalhar com as informações que me chegavam, de fontes mais do que fidedignas, no mesmo tempo em que compunha o trabalho. As meninas corrigiam alguma informação em tempo real, davam suporte na hora feito caldo de cana. E eu fiquei pensando em quanto a gente evoluiu nesse quesito comunicação. Só pessoas como eu, que cheguei a operar um decodificador de aparelho de telegrafia do século dezenove no começo de minha carreira na estrada de ferro, podem avaliar a evolução da comunicabilidade humana. Em contrapartida, o pensamento político retrocede, a estupidez humana vira posts nas redes sociais, com métodos de guerra civil.

Isso é outra história que prefiro não comentar muito. E pausa para refletir: a quem serve realmente esses avanços tecnológicos? Em princípio, aos poetas, divulgadores de arte, escrevinhadores, sonhadores e para quem quisesse falar com o mundo inteiro a partir do seu computador Seria a tão sonhada democratização da comunicação. Entretanto, e sempre tem um porém, a internet serve mesmo ao grande capital, às corporações que mandam no mundo. E isso é assustador sob todos os aspectos. O jornalista Plínio Bortolotti resume: a internet é um instrumento - não uma panaceia - e quem determina como ela vai funcionar e a quem vai servir, são os de sempre - os que mandam: no mundo atual, as grandes corporações. 


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