sexta-feira, 15 de abril de 2016

MAIS UMA OBRA PARA O PATRIMÔNIO POÉTICO DA ACADEMIA DE CORDEL DO VALE DO PARAÍBA


A cultura poética popular nordestina e a escrita ideológica ganham mais um registro na Paraíba, com o lançamento do folheto “Chico Veneno, o homem que intoxicou a burguesia”, do cordelista Fábio Mozart. Natural de Pernambuco, foi na Paraíba que Mozart construiu sua biografia de escritor irreverente e irônico como no livro de crônicas de humor “Aventuras de Biu Penca Preta no reino da fuleragem”, mostrando também seu compromisso sério com a descrição das lutas populares em sua terra, como na versificação da vida de Biu Pacatuba, “um herói do povo paraibano”, líder camponês de Sapé, obra ganhadora do Prêmio Patativa do Assaré do Ministério da Cultura.

No cordel “Chico Veneno, o homem que intoxicou a burguesia” se faz presente o discurso ideológico como ingrediente natural, numa perspectiva histórica, denunciando as mazelas do regime autoritário de 64 e os caminhos de Francisco Almeida na arte, no jornalismo e no combate político.

Os dados biográficos são insuficientes, comum nessa prática poética narrativa. “O que nos levou a escrever o folheto foi a intenção de assinalar a passagem desse fenômeno histórico que se chama Chico Veneno por minha terra, de onde partiu para levar adiante uma guerra necessária, ‘porém já perdida’”, assinala Mozart.

O trabalho de Fábio Mozart sobre o ativista político de Itabaiana, materializado neste folheto e no relançamento do jornal “Evolução”, fundado por Chico, assume, em certo sentido, um caráter educativo, levando ao leitor trechos da memória itabaianense, naquilo que ela contém de mais representativo no campo da luta política e da cultura na história moderna da terra de Pedro Fazendeiro e Leonilla Almeida, dois emblemas da revolução que jamais houve, mas que permanece na consciência social dos povos, em sua dimensão utópica.

O folheto “Chico Veneno, o homem que intoxicou a burguesia” será lançado no dia 5 de maio, na Galeria Archidy Picado, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, juntamente com meu livro Uma homenagem a Violeta Formiga e outros escritos, além do livro de poemas Laranja Romã, do mesmo Mozart. 


Jandira Lucena

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