quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Casa dos idosos em Mari
A imprensa tem secura por notícia ruim. É o que dá audiência, e todo mundo espalha. Quando ocorre um fato positivo, ninguém aparece para noticiar. Agora, desgraça, epidemia, crise, corrupção, morte e o que tem de ruim merece destaque na mídia. Acho que isso se dá porque somos sádicos por natureza, temos prazer em ver o sofrimento alheio. Tem também aquela nóia: se a vida de fulano ta tão ruim, a minha não é de se reclamar tanto... É a desgraça alheia confortando nossa própria falta de sorte e de competência.
As boas notícias só são atraentes para os que se interessam diretamente por elas. Tipo: “Governo vai dar aumento aos aposentados”. Isso me atrai porque sou aposentado e vivo das migalhas da Previdência. Portanto, digo isso para anunciar uma boa notícia que chega de Mari, trazida por um companheiro de lá. Não sei até onde é verdade, mas acredito que sim, por conta da qualidade moral da pessoa envolvida.
Trata-se de um asilo para velhinhos que está sendo implantado pelo agrônomo Ercílio Delgado. É uma obra mais do que meritória, nesses tempos de tanto desamor. Conheço Ercílio Delgado, um senhor do bem, sempre envolvido com as causas sociais. Foi meu parceiro em aventuras tais como a fundação da rádio comunitária, o sopão das crianças pobres, o incentivo às artes através da Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz. Ercílio é uma daquelas pessoas essenciais numa comunidade.
Pois a notícia do asilo para velhos não apareceu em nenhum blog de Mari, comprovando a tese de que notícia boa não circula. Vamos destacar os bons pensamentos em nosso dia-a-dia e aumentar a corrente de positivismo que pode fazer a diferença em nosso ambiente, pessoal! Chega de politicalha, disse-me-disse, denúncias frouxas e fuxicos. Mari tem tanta coisa positiva para se destacar, no lugar das fofocas maliciosas. Não só em Mari, mas em qualquer comunidade.
Minha fonte não soube informar se o asilo de idosos do amigo Ercílio tem apoio dos poderes públicos, se conta com atendimento médico, como sobrevive. De qualquer forma, espero que as entidades como Maçonaria, clubes de serviço, igrejas e associações ajudem o empreendimento. Lembrando que o Brasil caminha para ser um país de velhos e que a nossa sociedade não está preparada para o contingente de idosos que terá de amparar. Os governantes pensam em tudo nos seus programas, menos na questão dos idosos. Esquecem de pensar naqueles que lutaram em prol de uma sociedade produtiva e agora, ao término de suas vidas, sentem-se imprestáveis, vivendo como lixos humanos, sem o mínimo de respeito.
Em tempo: recebo mensagem da professora mariense Ozaneide Vicente, dando conta de que a Casa dos Idosos em Mari não conta com o apoio dos poderes públicos. “Não tem médico à disposição, só esporadicamente o projeto Médico da Família, não temos enfermeiro, psicólogo ou assistente social. Os voluntários são em número insuficiente”.
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