domingo, 9 de agosto de 2009

A casa de cultura de Pedro Osmar


Recebo em minha casa visita de dois amigos importantes: meu eterno professor Idalmo da Silva e o multimídia Pedro Osmar, que é vizinho meu aqui no bairro do Jaguaribe. Além de visitação de doente, já que ando meio alquebrado, queimando óleo 50 e fora da validade, os meus companheiros vieram em missão de repórteres, cumprindo pauta de um documentário que o irrequieto Pedro Osmar anda filmando sobre Idalmo e outros guerrilheiros de Jaguaribe. Gravei depoimento sobre meu antigo professor, falando de suas proezas teatrais e guerrilhas culturais em Itabaiana na década de 70, quando conseguiu ser expulso do Ginásio Estadual por ter a audácia de falar sobre as coisas da vida, sem arrodeios, para a juventude. Não teve que beber cicuta, feito o filósofo grego Sócrates, mas pegou a estrada de volta para João Pessoa, a fim de dar satisfações às autoridades sobre esse negócio de falar em sexualidade na sala de aula. Como se sabe, Sócrates foi sentenciado a beber veneno por “corromper a juventude de Atenas”.

Pedro Osmar, para os três ou quatro pessoenses que não sabem, é pintor, poeta, músico, instrumentista e agitador cultural. Provocador nato, segundo ele mesmo, Pedro se interessa pela educação do povo, vive metido em tudo que é movimento social, levando sua arte e sua garra no propósito de mudar o mundo. A música de Pedro Osmar já foi gravada por Elba Ramalho, Lenine, Vital Farias, Xangai, Chico Cezar, Zé Ramalho e Zeca Baleiro. Pedro me convidou para dar umas palestras sobre rádio comunitária na Casa de Cultura que ele acaba de montar em sua própria casa, na Rua 12 de Outubro, no Jaguaribe. Lá tem a Sala João Balula, onde ele pretende reunir os caras que ainda se dedicam à arte e cultura, para fazer o povo gostar de participar de experiências solidárias, de fazer comunicação alternativa e construir sua própria cidadania.

Quanto ao documentário, fiquei de entrar em contato com o casal Irene e Zenito, dois professores da nossa época em Itabaiana, que moram no Bessa, para continuar os depoimentos, incluindo sessão de música. Eu vou acompanhar o professor Idalmo ao violão, ele cantando velhas canções que a gente costumava entoar no cabaré de Nevinha pobre, tomando Pitu com feijão verde naqueles tempos de boemia na rua do Carretel.

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