CRÔNICA

Barbosa faz parte da história do esporte em Pilar

Barbosa foi meu colega de profissão. Um sujeito sempre alegre, boa praça, superava os desafios de sua condição de trabalhador pobre para alcançar seus objetivos de vida, que era praticar e, mais do que isso, incentivar a prática esportiva em sua comunidade.

O homem que passava a semana trabalhando em tarefas que exigiam muito esforço físico e que, ao final da semana ia correr, jogar futebol, promover maratonas, sempre com o entusiasmo de um apaixonado pelo esporte. Em Pilar, foi treinador e criou várias equipes. Uma delas o Palmeiras, onde exercia os papéis de técnico, titular da ponta direita, roupeiro, massagista e cartola. Sempre com um sorriso aberto, Barbosa era amigo de todo mundo. 

O futebol amador de Pilar deve muito a Barbosa. Dedicou sua vida ao esporte, conquistando respeito dentro e fora de campo, porque foi um cidadão exemplar. Seu espírito de liderança, carisma e amor pelo futebol marcaram sua geração. Sua residência, na estação ferroviária, era ponto de encontro de jogadores, ex-jogadores e amantes do futebol. Barbosa deixou sua marca em diversas equipes da região. Como jogador, treinador e incentivador, muitos times tiveram o privilégio de contar com sua dedicação e talento.

Em 15 de novembro se comemora o Dia do Esporte Amador, uma data que reconhece e celebra aqueles que praticam atividades físicas sem objetivos profissionais ou financeiros, mas sim por paixão, esporte, saúde e bem-estar. Esta data é celebrada anualmente junto à Proclamação da República no Brasil. Se eu fosse alguém influente em Pilar, em cada 15 de novembro promoveria um evento festivo para lembrar os grandes atletas e benfeitores do esporte pilarense, entre eles o inesquecível Barbosa, praticante de diversas modalidades de esporte, sempre enaltecendo a cidade nas competições das quais participou. Seria uma oportunidade para dividir esse sentimento de agradecimento com as famílias e amigos, assim como o respeito e o impacto que a existência desses atletas causou em nossas vidas.

Barbosa dividia seu fôlego de atleta com o futebol e a corrida de rua. De forma gradativa e muito rápida, passou a fazer provas de 5km, depois 10km e maratonas de 42km. Obteve muitas medalhas e sempre completava as provas. Um dia, foi ajudar uma pessoa a retirar algumas caixas, caiu e teve morte súbita. Penso que foi consequência de uma parada cardiorrespiratória. Encerrava prematuramente uma vida que não tinha problemas de saúde e vivia para a prática esportiva. Barbosa, presente!