quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ai daquele que tocar no ungido do Senhor!


Este blogueiro ficou impressionado com a repercussão do texto sobre a religião do Haiti. Recebi dezenas de mensagens, a maioria me ameaçando com a fogueira do inferno por não acreditar que Deus pessoalmente comandou a destruição naquele pobre país. Alguns padres e pastores posicionam-se de forma até racional. Já os fiéis do naipe de um tal Marcos Bittencourt presumem que “Deus não quer dividir seus filhos com outro deus morto. Não importa se é o Vudu que predomina, nós vamos entrar e pregar sobre o único Deus que existe, e ai daquele que tocar no ungido do Senhor!”. Parece uma declaração de guerra.

Júlio Cezar Galli é professor em Jaboticabal, São Paulo. Contestando a informação de que os Estados Unidos foram os algozes do Haiti em passado recente, ele pergunta: “E qual país está prestando a maior ajuda?”.

O Pastor Elias Júnior declara que não quer atacar, julgar nem defender. Deixou alguns versículos da Bíblia “para minha meditação”. A ameaça do seu Deus é patente: “Quando aquilo que temem abater-se sobre vocês como uma tempestade, quando a desgraça como um vendaval, quando a angustia e a dor os dominarem, então vocês me chamarão, mas não responderei; procurarão por mim, mas não me encontrarão. Visto que desprezaram o conhecimento e recusaram o temor do Senhor”. (Provérbios 1.31-33).

Victor garante que é o fim do mundo, e que o Apocalipse está próximo. Pede que Deus me dê muitas vitórias e assegura que Ele é fiel. Uma moça por nome Nete Gal mandou textos sobre o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Aproveita para pedir que Deus tenha misericórdia de mim. Ana Carolina diz que pra ela “o Vudu não passa de bruxaria e feitiçaria”.

Heitor Dias tem 77 anos e mora na Austrália. Aproveita e mete o pau nos hindus: “Fábio, o Deus em quem, parece, você não crê, deu-nos o livre arbítrio para tudo fazer, inclusive a liberdade de seguir crenças de povos infelizes, paupérrimos, machistas e intelectualmente estagnados na idade da pedra, como são os indianos praticantes do Hinduísmo.

Sandra Moreira Araújo escreveu: “Caro Fábio, graças a Deus vivemos em um País onde podemos expressar nossas opiniões, então lá vai: não se trata apenas de credo, mas também de ponderação e bom senso. Como pode uma determinada crença levar à felicidade e o bem de uma nação quando seus membros unem-se a Satanás, fazendo alianças para conseguir seus objetivos? Será que o Deus da Bíblia, já não garante Salvação, vida eterna, paz verdadeira, através de Jesus? Será que esses povos, (não só Haitianos) não estão em rebelião, uma vez que a Bíblia nos mostra que só há um Deus e só a Ele prestarás culto?”.

Luma Araújo foi contundente: “Fábio Mozart, seu conhecimento e meus atos de bondade são trapos de imundície. Um dia, você e eu estaremos diante da morte. Eu sei o que dizer para ela. Pelo seu texto, nota-se que só terás a dizer o que dizem. Mas ainda assim, você terá que confessar que só há um único Deus, Jesus de Nazaré”.

Marcelo acredita que “o Haiti apartou-se de Deus e será assolado por suas culpas. Deus derrubará seus altares e arruinará seus ídolos (Oséias 10:2)”. Meu leitor nem se lembra que Zilda Arns morreu dentro de uma igreja católica. Não consta que ela estivesse adorando ídolos pagãos.

Tyna mora em Belém, tem 17 anos, mas sua opinião foi uma das mais razoáveis: “E quem disse que o inferno fica debaixo da terra? Vivemos no inferno e nem nos damos conta disso. Na realidade não há demônios de chifres medonhos, rabo e bafo de enxofre andando por aí. Há homens de terno e gravata lascando a humanidade”.

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