terça-feira, 7 de maio de 2013

Dia do silêncio




Hoje, 7 de maio, é o dia do silêncio. Só eu e a Wikipédia sabemos disso. No dia do silêncio, o que é que se pode pedir? Que se respeite a lei do silêncio. Cesse o barulho, sejamos discretos. A taciturnidade é a tônica de hoje.

Por ser dia do silêncio, não irei falar que hoje é dia 7 e ainda não recebi meu super salário de aposentado. Estou calmo, tranquilo, sossegado e em paz, mas liso. Não deixa de ser uma contribuição para o dia do silêncio, porque o cara sem dinheiro algum também é privado de falar, voluntariamente ou não. Não deve publicar, escrever ou manifestar inquietação alguma. Enfim, quem não tem papel moeda, está fadado ao silêncio, obsequioso ou não. 

O que eu quero dizer, mas não disse, é que neste país de muro baixo, a comunicação só é direito de uma minoria. Por isso que a sociedade civil está propondo uma lei que regulamente a comunicação e garanta a ampla diversidade e pluralismo e a não concentração, fortaleça o sistema público comunitário e traga um conjunto de ações de enfrentamento ao monopólio que não é só pela questão da propriedade, mas também pelo acesso à produção de conteúdo. Resumo: queremos acabar com a lei do silêncio imposto pela mídia que só diz o que a elite dirigente quer que se diga.

Que este seja o último dia do silêncio em que nós, os mal dotados de propriedade e prestígio político, deixamos de expressar a liberdade. Vamos regulamentar essa zorra que é o rádio, o jornal e a televisão no Brasil. 

No dia do silêncio, passo a palavra para o deputado Jean Wyllys:
“A população é livre para falar o que pensa, mas nem todos têm os mesmos meios para serem ouvidos. Umas poucas famílias são donas da maioria dos jornais, revistas, emissoras de rádio e canais de televisão; uns poucos partidos concentram o tempo de TV nas campanhas através de alianças pragmáticas e uns poucos políticos têm dinheiro suficiente para chegar com sua mensagem a milhões de pessoas, seja na constituição de outras mídias (jornais, sites e rádios) seja por meio do aluguel de espaços na programação da tevê aberta. Há uma liberdade de expressão formal, que é importantíssima e custou muito conquistar, mas ainda não há equidade no acesso aos canais efetivos de comunicação para que mais pessoas possam falar e serem ouvidas e para que os temas que fazem parte da agenda pública não sejam apenas os que são decididos por umas poucas pessoas. Não só não há equidade no acesso aos canais de comunicação como essa equidade é postergada quando o Estado se recusa a pôr em votação um novo marco regulatório dos meios de comunicação no Brasil”.

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