segunda-feira, 8 de abril de 2013

Voltando à militância teatral

Eu e meu compadre Toinho Andrade, presidente da Rádio Comunitária Rainha, de Itabaiana.  Esse menino foi um dos meus pupilos no Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, no começo da década de 80.


Meu professor Idalmo da Silva escreveu um livro sobre o poeta Augusto dos Anjos e me deu a missão de encenar um sketch teatral sobre a obra daquele que, de forma magistral, mostrou poeticamente que somos apenas um acidente do universo.

Afastado dos palcos há muitos anos, o velho Fabinho esquenta o osso frontal para atender ao pedido do mestre. Já no quarto-minguante da vida, este quase sexagenário anda “quebrando a imagem dos seus próprios sonhos”, parodiando o poeta Augusto. O acesso ao mundo das ideias de Augusto dos Anjos através do mundo do teatro é tarefa para artistas acima do comum.  Não me vejo gabaritado para tal missão.

Entretanto, valendo-me ainda dos poemas de Augusto, “todo querer se origina da necessidade”. Sendo necessário considerar o pedido de Idalmo, saio da ditosa paz de meu ninho no Jardim Glória para enfrentar a inglória missão de procurar elenco, ver agenda, arrumar espaço físico para ensaios e começar todas as etapas de uma montagem teatral, coisa que costuma ser bem dolorosa. Depois, tem aquela história da produção. Por mais simples que seja, uma peça de teatro pede figurinos, arranjos de luz e som e o acesso ao mundo da publicidade para dizer ao mundo que nasce mais uma mediocridade.

Meus atores: Jacinto Moreno, Adriana Felizardo e Normando Reis, gênios artísticos cuja maior tendência é acreditar na ideia de se fazer algo a partir do nada, criar um produto artístico concreto sem ter absolutamente coisa nenhuma para dar base, incluindo dinheiro ou quaisquer outros recursos materiais. Só os malucos e os gênios são capazes disso. Alguém já me disse que eu sou doido. Prefiro acreditar que sou um gênio enquanto não me internam no hospício. 

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