terça-feira, 16 de abril de 2013

Cordel sobre Mari repercute na imprensa

Reportagem aborda o cordel como instrumento de educação


O Jornal da Paraíba, um dos principais diários do Estado, entrou em contato com o poeta Fábio Mozart para uma entrevista a respeito do livro “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso”. A reportagem foi publicada na edição deste domingo, 14, enfatizando a aprovação de projeto de lei que coloca o livro na grade curricular do ensino público do Município de Mari. O projeto, de autoria do vereador Gugu Xavier, foi aprovado por unanimidade na terça-feira (9) pelos parlamentares mirins daquela cidade.


Procurado pelo repórter Tiago Germano, o autor do livro falou sobre a ferramenta pedagógica que é a literatura de cordel e que a iniciativa de Mari pode inspirar outras cidades a utilizar esse recurso baseado na cultura popular.

Fábio Mozart é poeta, jornalista e autor dramático, além de radialista, fundador de várias rádios de baixa potência na Paraíba, incluindo a Rádio Comunitária Araçá, de Mari. Para ele, os vereadores e autoridades educacionais de Mari mostraram sensibilidade ao reconhecer e assumir a importância da cultura popular na construção da identidade da região.  “Levar às novas gerações as informações concernentes à arte da poesia  nordestina através do meu cordel é motivo de orgulho e satisfação”, afirmou Mozart, que foi ganhador do Prêmio Patativa do Assaré do Ministério da Cultura pelo seu cordel “Biu Pacatuba, um herói do nosso tempo”, descrevendo a vida de um líder camponês sapeense, o primeiro presidente das Ligas Camponesas de Sapé. “Em sextilhas habilmente construídas, com métrica e rima apuradas, Fábio Mozart nos conta a história de Biu Pacatuba e o papel que representou na conscientização daquela população submetida a tantos anos seguidos de exploração”, disse a escritora e atriz paraibana Clotilde Tavares sobre o cordel biográfico do líder camponês.

Ainda na visão de Mozart, incluir literatura de cordel nas escolas pode levar ao estudante a descoberta de que poesia é fácil, que pode ser lida e feita por qualquer um. “Os jovens podem perceber que é muito simples fazer poesia, e isso abre enormes possibilidades criativas”, acredita ele.

Na sua cidade de origem, Itabaiana, o autor de “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso” informou que já foi procurado por alguns vereadores que querem conhecer o projeto mariense para debater com as autoridades educacionais e, possivelmente, apresentar projeto idêntico. Sobre Itabaiana, Mozart escreveu e publicou um cordel chamado “História de Itabaiana em versos” que também recebeu reconhecimento do Ministério da Cultura através de patrocínio para uma edição da obra. 

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