Aliás, como sou simpático, elegante e tudo o
mais, mesmo torcendo o nariz pra esse Noel, fiz minha boa ação natalina. A
patrulha politicamente correta vai me dar alguns pontos de bonificação como uma
espécie de passo adiante na construção de um mundinho mais humano e generoso.
É que eu estava na casa do compadre Dalmo
Oliveira de Xangô, onde oxidava abandonada no quintal uma bicicletinha de
menina, comprada para a filha do mestre e tornada obsoleta pelo desuso da
menina moça. Aí, cheguei à questão: por que não dar essa bicicleta a uma
criança pobre? Pedido feito e aceito, levei a byke para a oficina, mandei fazer
uma lubrificação geral e levei para Itabaiana. Lá, o compadre Edglês Gonchá se
encarregou de encaminhar o presente.
Gonchá rapidamente encontrou a nova dona da
magrela. Trata-se de Maria Vitória, uma garotinha que mora em uma comunidade
pobre, aluna da Escola João Fagundes de Oliveira. O currículo da mocinha é
ouro: faz o 2º ano, tirou nota 10 na avaliação da Prova Brasil e agora, nas
horas livres, vai pedalar feliz na sua bicicleta doada pelos tios Dalmo e
Mozart.
Isso não é nenhuma contribuição para um mundo
mais bacana. No máximo, a satisfação da menininha ativou meu córtex
orbito-frontal, logo na frente do cérebro, e os meus malucos neurônios
acionaram o sistema de recompensa, que é um truque antigo do mecanismo
evolutivo. Entenderam? Cometam esse procedimento. Não se arrependerão.
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