sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Vamos viajar?

Tou com vontade de viajar. Se pudesse, iria pra São Paulo onde o sapo não lava o pé. Não lava porque não tem água. Adoraria passear num lugar seco, pra ter a desculpa de andar com a bunda suja.


Vou então sonhar com as estradas do sertão da Paraíba. Por enquanto, não tenho grana pra cair na estrada. Nada de frustração, apenas mais um incentivo pra planejar meu diário de bordo de um futuro navegante. Já rodei o Nordeste e Norte do Brasil de carona, conheci lugares charmosos que não constam nos guias de turismo. É isso que eu queria encontrar nessa nova largada, depois de 40 anos. Não confundo viagem com luxo, não preciso de muita grana pra viajar, mas, agora, aos sessenta anos, o velhinho precisa de um mínimo de planejamento.

Por enquanto, estou lendo, pesquisando alguns roteiros, pra entender se é pra lá que eu realmente quero ir. Tenho na cabeça um mapa que me indica a velha cidade de Princesa Isabel. Não sei, acho que fui capanga de Zé Pereira em outra existência, porque aquela cidadezinha sempre me atraiu. Preciso de uma companhia que tenha o mesmo anseio, os mesmos gostos. Porque cada um tem um olhar, eu vejo um cenário que meu parceiro ou minha parceira talvez não consiga ver, por exemplo. Unificar interesses é complicado. Por isso, quando andei de mochileiro, jogava sozinho no time. As viagens têm seu ritmo e cada viajante tem uma personalidade. Unir essas coisas, acho delicado.

Sei que na minha faixa etária, quase ninguém topa encarar banho em banheiro público, dormir em quarto coletivo, em camas duras. Os maduros gostam de segurança e conforto, mesmo empolgados com a vida lá fora. Por enquanto, estou viajando na internet sem sair de casa. Quem sabe, pelo carnaval eu não decole por essas quebradas do mundaréu atrás de não sei bem o quê. Antes, preciso encontrar parceria e ajustar as ferramentas de voo. Salientando que não sou mais extremista, não pego mais carona na beira da estrada, apenas sigo meu instinto como uma ave de arribação. Gostaria de viajar com uma pessoa de mais de cinquenta anos que não faça a linha medrosa/ansiosa/. Que seja animada, e com bom papo. Não ajuda romper estrada com alguém desconfiado e desanimado. Para usar o velho bordão, tem que entrar no clima meio aventureiro de toda viagem desse tipo. Porque, por mais planejada que seja uma viagem longa e meio sem destino certo, o legal é ter como única certeza, a incerteza. Bora?

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