terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O que quer o leitor para o Natal?


O velho Leão da Tribo de Vavá no meio de poetas e intelectuais itabaianenses, na fundação da Associação Paraibana de Novos Escritores.


Uma coisa que eu sempre quis ganhar no Natal, mas nunca ganhei: um espremedor de frutas, coisinha atoa, maquinazinha simples que custa dois reais, da ora na hora de espremer limão ou laranja. 

Mas o que a gente quer mesmo ganhar de presente no Natal é aquela verba oficial ou oficiosa, e que ninguém nos chame de indecorosos. Não acho humilhante receber as esmolas do Sistema para produzir cultura. É assim mesmo. Jamais teria condições de publicar um livro ou produzir um filme, mesmo porque não comercializo com essas coisas. 

Estou esperando aprovação de dois projetos. Um deles pretende publicar 50 biografias dos nossos mais destacados artistas itabaianenses desde o começo do século vinte. O outro reconhece e assume a importância da cultura popular na construção da identidade de nossa região através dos bois de carnaval. Queremos fazer um cortejo de bois e tribos indígenas em Itabaiana, através de um festival decente, com premiações e patrocínio de figurinos e alegorias. Para isso precisamos de grana. O antipático e talentoso cantor Chico César, atual Secretário da Cultura, já mandou publicar edital para financiamento de projetos desse tipo. É esperar para ver se os nossos serão aprovados.

Quanto à realidade municipal, por estranho que possa parecer, certamente não faltará recurso para shows de bandas tipo “Calcinha Melada” ou “Merda com Açúcar”, mas os criadores locais, aqueles que não dão “ibope”, terão que se contentar com a falta de seriedade artístico-cultural que já é uma cultura nossa. Uma migalha aqui, outra esmola ali, e assim caminha/caminhará o andor dessa procissão. Espero estar errado. 

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