O velho Leão da Tribo de Vavá no meio de poetas e
intelectuais itabaianenses, na fundação da Associação Paraibana de Novos
Escritores.
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Uma coisa que eu sempre
quis ganhar no Natal, mas nunca ganhei: um espremedor de frutas, coisinha atoa,
maquinazinha simples que custa dois reais, da ora na hora de espremer limão ou
laranja.
Mas o que a gente quer
mesmo ganhar de presente no Natal é aquela verba oficial ou oficiosa, e que
ninguém nos chame de indecorosos. Não acho humilhante receber as esmolas do
Sistema para produzir cultura. É assim mesmo. Jamais teria condições de
publicar um livro ou produzir um filme, mesmo porque não comercializo com essas
coisas.
Estou
esperando aprovação de dois projetos. Um deles pretende publicar 50 biografias
dos nossos mais destacados artistas itabaianenses desde o começo do século
vinte. O outro reconhece e assume a importância da cultura popular na
construção da identidade de nossa região através dos bois de carnaval. Queremos
fazer um cortejo de bois e tribos indígenas em Itabaiana, através de um
festival decente, com premiações e patrocínio de figurinos e alegorias. Para isso
precisamos de grana. O antipático e talentoso cantor Chico César, atual
Secretário da Cultura, já mandou publicar edital para financiamento de projetos
desse tipo. É esperar para ver se os nossos serão aprovados.
Quanto
à realidade municipal, por estranho que possa parecer, certamente não faltará
recurso para shows de bandas tipo “Calcinha Melada” ou “Merda com Açúcar”, mas
os criadores locais, aqueles que não dão “ibope”, terão que se contentar com a
falta de seriedade artístico-cultural que já é uma cultura nossa. Uma migalha
aqui, outra esmola ali, e assim caminha/caminhará o andor dessa procissão. Espero
estar errado.
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