RÁDIO BARATA NO AR – 458
RÁDIO BARATA NO AR – 458
A Loja Maçônica Barão do Rio Branco, em
Sapé, foi palco da cerimonia de posse de José Alcir dos Anjos, Amanda Roberta
Araújo, Egberto Lima e Fábio Mozart como novos membros da Academia Sapeense de
Letras, Artes e Cultura, instituição
presidida por Ana Almeida. O evento contou com apresentação dos músicos Ocimar
Santana e Matheus Mouzinho.
O Presidente da Academia de Cordel do
Vale do Paraíba, Fábio Mozart, ocupa a cadeira nº 24, cujo patrono é seu pai,
jornalista Arnaud Costa, já falecido. No discurso de posse, Mozart declamou
poema cordelesco sobre seu patrono e genitor.
A solenidade faz parte das comemorações
dos 140 anos do poeta Augusto dos Anjos, patrono da Academia Sapeense de Letras,
Artes e Cultura. Considerado um dos maiores poetas brasileiros da história,
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884, no
antigo engenho Pau D’Arco, atual município de Sapé. Em 1912 lançou a sua
primeira e única obra, intitulada “Eu”.
Elon Mosca fuma charuto do Pastor Pedânio e declara
guerra à Barata
RÁDIO BARATA NO AR – 457
Confissão com cafezinho
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO - 150
https://www.radiodiariopb.com.br/confissao-com-cafezinho-episodio-150/
Tribunal
decide: Barata é o verdadeiro poder moderador
RÁDIO
BARATA NO AR – 455
O Evangelho segundo o Pastor Pedânio
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – 147
Barata maconheira pede ajuda ao Ministro André Mendonça para bolar um fininho
RÁDIO BARATA NO AR – 452
450 Baratas mal engembradas
e ultraprocessadas proliferam no lixão Brasil
RÁDIO
BARATA NO AR – 450
Nem Deus
quis se envolver com a treta de Israel
10
MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – 142
Confissão de quarta-feira de cinzas
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – 141
Barata queria macetar no
carnaval, mas “não é não”
RÁDIO BARATA NO AR – 446
Barata da
Abin paralela se fantasia de baleia no carnaval
RÁDIO
BARATA NO AR – 445
Admirei o
nome do rapaz, caixa do banco: Arceu Amoroso Lima. Tivemos um Alceu Amoroso
Lima que adotou o heterônimo também estranho de Tristão de Athayde, intelectual
e imortal da Academia Brasileira de Letras, cuja matéria expirou em 1983.
“Desculpe a curiosidade: por que seus pais deram esse nome a você?” “Meu pai
era admirador do Alceu, um pensador católico liberal muito conceituado. Arceu
se deve a um equívoco do escrivão ao datilografar o nome no registro de
nascimento. Casualmente, só havia um formulário disponível, e eu fiquei com
esse nome que me embaraçou por algum tempo, mas depois me habituei”.
Foi a
segunda vez que fui a essa agência, na cidade Solânea. Na primeira, passada no
guichê de atendimento, deixei com outro moço um pacote com alguns cordéis de
minha autoria, cortesia do novo cliente a fim de se enturmar. Na segunda ida,
fui ao caixa onde operava o Arceu. Reconheceu meu nome. “É o poeta cordelista?
Li todos os cordéis que deixou aqui com um colega. Aliás, os funcionários da
agência fizeram rodízio com a coleção de folhetos. Gostei muito!” Meu leitor
Arceu mostrou que é qualificadíssimo ao entender que essa manifestação da
cultura popular brasileira se modificou, busca novos leitores até onde o avanço
da tecnologia abre outros espaços em mídias e suportes modernos. O cordel ainda
toca seu ritmo com acordes simplificados da poesia popular e a métrica sagrada,
mas o discurso chega a ser até vanguardista. Tem poeta inventando o cordel do
futuro, em estilos inovadores, sem perder a ternura dos versos singelos que
identificam este gênero literário. Isso Arceu viu no meu trabalho.
O folheto
é uma brochura de 8 páginas, até 64 páginas, que antigamente chamavam
“romance”, com capas ilustradas geralmente por gravuras em relevo, onde a
imagem é esculpida em uma matriz de madeira. Hoje em dia, a produção desses
folhetos e o ambiente de circulação mudaram muito. Não se encontra mais
folhetos nas feiras. Ninguém imprime mais cordel em tipografias toscas do
interior. O autor roda seu folheto em casa, de forma artesanal, em seu
computador. O público não é mais majoritariamente a classe pobre,
semianalfabeta. Como uma atividade conectada ao belo, passou a ser absorvida e
apropriada também por gente instruída. E quase não se faz mais folheto visando
ganhar dinheiro. Escrever, publicar cordel é mais pela satisfação de
consagrar-se a uma arte literária tradicional. Vai distribuindo para um público
novo, que começa a reconhecer a beleza e a qualidade da poesia narrativa do
cordel brasileiro. Vender folheto, só em salões de artesanato ou ambientes
culturais alternativos, para turistas ou pesquisadores. Assim, o poeta editor
geralmente não tem uma estrutura comercial e profissional. Distribui
sua produção como um cartão de visitas. E o autor não reserva o direito de propriedade.
Pelo menos no meu caso, nos meus folhetos, eu deixo a intenção clara de liberar
aquela produção cultural para quem quiser copiar, plagiar ou intertextualizar à
vontade. Meu cordel não faz parte da indústria cultural, não pretendo
massificar minha arte. Os folhetos do velho poeta Mozart estarão sempre fora da
economia de mercado e dentro da economia da camaradagem e congraçamento. Mesmo
porque consigo, em tese, colocar minhas mensagens poéticas ao alcance do mundo
todo, pela grande rede. Todos os meus folhetos estão na plataforma Recanto das
Letras ( www.recantodasletras.com.br ).
O cordel é
um fenômeno literário nordestino que tem sido ressignificado. Não tanto para
superar padrões estéticos, tampouco dar novo sentido às sextilhas do cantador
de rua ou balizar fronteiras entre literatura erudita e popular, que jamais
existiu. Devemos respeito ao velho estilo de escrever poesia narrativa com
cheiro de mato, com jeito, cadência e sotaque das quebradas do sertão
melodioso. Só que moro numa cidade cosmopolita e meu discurso naturalmente
acontece conforme interesses de uma geração cada vez mais digital. Meu foco é
levar cordel pra quem nunca leu um folheto. Uma espécie de desenvolvimento
sustentável, porque se alguém consome um produto ruim ou desinteressante,
jamais voltará a tentar absorver esse conteúdo. Leandro Gomes de Barros fez o
grande cordel do século vinte. Ainda hoje tem leitores, mas Leandro é Leandro.
E conhecia macetes que a gente até hoje não sabe, como fidelizar leitores e
viver disso. Não pretendo fazer o grande cordel do século vinte e um.
Contento-me em fazer leitores inesperáveis e improváveis como os funcionários
de um banco.
Já fui escravo!
10 MINUTOS NO CONFESIONÁRIO – 139
https://www.radiodiariopb.com.br/ja-fui-escravo-dez-minutos-no-confessionario-episodio-139/
Aos treze anos de idade, o menino Luzimar sentiu cair lágrimas pelo
rosto no meio da feira de Nazarezinho, ouvindo o folheteiro cantar “A seca do
Ceará”, de Leandro Gomes de Barros, o rei da poesia do sertão e do Brasil,
conforme afirmava Carlos Drummond de Andrade. Pra um garoto alesado naquelas
brenhas, bestar no meio da feira era viajar por múltiplos universos encantados,
sendo que o folheto enchia a caixa dos peitos do matuto da emoção mais
escarafunchante e empazinadeira que se sentia naqueles tempos do ronca. A
pessoa corria o sério risco de virar também poeta, e foi o que aconteceu com
Luzimar. O garoto foi pegando o manejo dos versos e começou a
rascunhar as primeiras estrofes. Desde as primeiras leituras, Luzimar começou a
entender que os fila de uma égua dos capitalistas faltavam com o respeito ao
povo trabalhador, e começou a escrever folhetos invocados com essas injustiças
da gota serena. Desde mocinho, Medeiros Braga direciona seu discurso poético
popular como porta-voz das questões sociais e essa voz social, marcada pela
poesia da língua, explorou temas inspirados em ocorrências históricas, como o
“Massacre de Caldeirão de Santa Cruz do Deserto”. Sua poesia socialista fala de
insurreição no campo, exaltação à luta, capitalismo, poder e exploração,
miséria do Nordeste, e por aí vai.
O cordel sempre foi, naturalmente, a voz do povo. A sociedade dominante
dá o tom nas comunicações, em todo o tempo foi assim, mas, o papel da poesia de
cordel na luta do oprimido, aquela coisa de sentir dor pela dor dos outros, é
frequente nos folhetos de feira. Medeiros Braga se sobressai pela coragem e
consciência política. Passou setenta anos rimando combate com denúncia. Talvez
por isso jamais foi lembrado para ingressar na Academia Paraibana de
Letras, lugar em que a literatura de cordel não entra nem pretende entrar.
Em sua biografia se lê: “Como um estudioso e conhecedor in loco dos
problemas agrários que agridem o homem do campo, Medeiros Braga escreveu um
romance onde os agricultores, empobrecidos pela troca desigual, são instados a
se insurgir contra as elites dominantes. Medeiros Braga afirma que ‘A poesia
precisa ser o arauto da liberdade, o brado ardente contra os usurpadores dos
direitos do povo’. O artista dedica-se a um trabalho educativo e de conscientização
política do povo.”
Em recente reunião com o jornalista Fernando Moura, Presidente da
Fundação Casa de José Américo, sugeri que aquela entidade, em coparticipação com
a Academia de Cordel do Vale do Paraíba, armasse um evento pai d’égua pra
homenagear Medeiros Braga enquanto ele ainda está pelejando em cima desse
planeta, porque é um poeta raçudo, autor de uma obra de sustância, e mesmo
assim seria só triscar no que merece de consagração e encômio esse bardo
vanguardista e insurgente.
Em artigo para o site da Academia de Cordel, reiterei
que um
artista desse nível merece ter seu nome imortalizado, esse que, pela sua
poética social, comparo com o francês Victor Hugo, o espanhol Federico Garcia
Lorca e o russo Vladimir Maiakovski, levando-se em conta, claro, as devidas
larguras, profundidades e extensões de cada um. Conheci o trabalho de Medeiros
Braga por acaso, numa feira de artesanato há uns dez anos. Acho que foi
inspirado no velho cordelista combatente que compus o folheto Biu de Pacatuba
- Um herói do nosso tempo, contando a
história de Biu de Pacatuba, “herói popular, agricultor que briga com os
poderosos donos de latifúndios na região de Sapé-PB; seu trabalho ombro a ombro
com o também herói João Pedro Teixeira, seu companheiro de lutas, e o papel que
representou na conscientização daquela população submetida a tantos anos
seguidos de exploração”, conforme escreveu Clotilde Tavares.
Alguns podem dizer que os conceitos políticos de Medeiros Braga
estão defasados, a linguagem e o ritmo dos seus versos estão ultrapassados. Até
as agruras das massas exploradas são outras. Os vilões mudaram de roupa, estão
irreconhecíveis nos seus modernos trajes cibernéticos neoliberais em novas
fronteiras onde a terra pode até ser redonda, mas o mercado continua soberano,
com seus valores culturais conservadores. O tempo passou e os poetas do
igualitarismo se tornaram démodé. Medeiros Braga não é poeta
da moda, nem ao menos se diz de esquerda. Ferreira Gullar, esse poeta monstro:
“Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo
mundo é”. Medeiros não pede ato público de admiração e respeito. Eu peço por
ele. Em nome da decência e do bom cordel brasileiro ativista.
Confissões do alto da Serra da
Raiz
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO –
138
Barata
toma Lexotan na veia para suportar prefeito que quer trocar carnaval por culto
escravocrata
RÁDIO BARATA NO AR – 444
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO – 137
Cientistas concluem que não foi a galinha que veio antes dos
ovos, foi a barata
RÁDIO BARATA NO AR - 443
Confissões de um leitor
10 MINUTOS NO CONFESSIONÁRIO
https://www.radiodiariopb.com.br/confissoes-de-um-leitor-dez-minutos-no-confessionario-episodio-136/
Barata surta, se recusa a entrar em 2024 e cancela o ano novo
RÁDIO BARATA NO AR – 442