Morava
em Mari quando Luiz Gonzaga foi fazer uma apresentação pública. Chegou de manhã,
por volta das dez horas. Na barraca de Maria, no centro da cidade, chegou logo
perguntando: “Tem panela suja por aí?”. Comeu picado de porco com pão, com aquele jeitão
de matuto simpático.
Isso
foi por volta de 1997. Foi a única oportunidade que tive de ver e ouvir o
grande Gonzagão de perto. Ele foi minha cantiga de ninar nos anos 50/60, quando
a boa música nordestina ainda tocava no rádio fora dos guetos a que foram confinados
nossos artistas nos dias de hoje. Música de raiz só toca hoje em horários
madrugais. Mas Gonzaga ainda é escutado. É um que está morto de pé, como um
chefe asteca. Aliás, um que jamais morrerá porque sua obra eternizou-se.
No
dia do centenário de Luiz Gonzaga, desperto mansamente, tal como outrora,
ouvindo “A feira de Caruaru” anunciado a “Festa do Milho” onde desponta “Maria
Cangaceira” comendo “Marimbondo” por causa da “Mulher do Sanfoneiro” deitada na
“Rede véia” sonhando com “Meu padrim”
nessa “Vida de viajante”.
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